A Comissão Política de Secção de Braga do PSD manifestou, em comunicado, a sua “profunda estranheza pelo facto de a Ministra da Saúde, Marta Temido, que se arvora em fiel guardiã do SNS (Serviço Nacional de Saúde), estar a obrigar os cidadãos a procurarem resposta em instituições privadas por falta de capacidade do Hospital de Braga em satisfazer as necessidades da população”.
“Não esquecemos que as deficiências do SNS atingem primeiro – e mais gravemente – os cidadãos que não têm recursos financeiros para recorrerem a alternativas no sector privado. São os cidadãos de menores recursos financeiros quem paga, em primeiro lugar, a incompetência política, a ausência de planeamento e a falta de resposta capaz do Serviço”, diz o líder concelhio, João Granja, aludindo ao fecho da Urgência de Obstetrícia do Hospital de Braga.
Para o PSD/Braga, “merece particular apreensão a situação criada na Obstetrícia, maternidade onde ocorrem anualmente mais de 2.500 partos, e onde, no passado, se criou uma dinâmica de grande qualidade de serviços o que determinou até o encerramento de alternativas até aí existentes em clínicas privadas”.
“O Governo tem de ser responsabilizado pela sua incompetência ao não ter previsto em tempo oportuno as medidas necessárias para problemas que já eram conhecidos e anunciados”, afirma.
O PSD diz que acompanha, “com preocupação, os sinais de degradação da prestação de cuidados no Hospital de Braga, situação que assume particular gravidade quando estamos a falar de um hospital central, altamente diferenciado, que serve de referência e é fim de linha para os hospitais do Minho e Alto Minho, abrangendo aproximadamente um milhão e cem mil habitantes”.
12 HORAS NAS URGÊNCIAS
A concelhia do PSD relembra que, “já este ano, ocorreram longos tempo de espera no serviço de urgência – em alguns casos, a demora de atendimento ultrapassou mais de uma dúzia de horas – por insuficiência de profissionais de saúde, o que deu até origem a inaceitáveis casos de violência contra os profissionais de saúde”.
João Granja recorda, a propósito, que a Ministra da Saúde, em 6 de Fevereiro de 2019, garantiu na Comissão Parlamentar de Saúde, que “a qualidade dos serviços e cuidados prestados não seria afetada”, por causa da decisão política da passagem da gestão privada para gestão pública do Hospital, alteração efetivada em 1 de setembro de 2019”.
Lembra, ainda, que mais tarde, em 22 de agosto de 2019, reafirmou publicamente aos bracarenses que “o governo está focado no essencial, que é garantir que os utentes mantêm os cuidados de elevada qualidade que têm tido e que os trabalhadores continuam a ter a tranquilidade no seu trabalho”.
“Os acontecimentos conhecidos ao longo do tempo desmentem uma e outra vez a Ministra da Saúde e, pelo contrário, demonstram a constante degradação dos cuidados prestados aos cidadãos”, lamenta João Granja.