O melanoma é um tumor maligno dos melanócitos, células existentes na nossa pele. Corresponde a 3-5% de todos os cancros da pele, tendo, porém, um peso de 70% na mortalidade provocada por todos os cancros cutâneos.
Mas a nossa pele também pode ser atingida por outros tumores, como o carcinoma basocelular, localmente destrutivo, apesar de não produzir metástases, que corresponde ao mais comum dos cancros da pele (60% do total) ou o carcinoma espinocelular que, normalmente, ocorre em áreas foto expostas e representa 20% de todos os cancros cutâneos. A sua incidência aumenta com a idade e, ao contrário do basocelular, tem um crescimento mais rápido e produz metástases. São sempre precedidos de uma lesão pré-cancerosa, sendo muito importante o seu diagnóstico precoce.
Quando falamos em cancro da pele sabemos que o fator de risco mais importante é a exposição à radiação ultravioleta. Por isso, nesta altura do ano, faz ainda mais sentido falar-se na importância de nos protegermos da exposição solar. Importa dizer que, cada vez que sofremos com o que, vulgarmente, apelidamos de escaldão, estamos a contribuir para o aumento do risco de melanoma no futuro. Sabemos que queimaduras solares intensas e intermitentes são o maior fator de risco para o desenvolvimento de melanoma induzido pela exposição solar. Este fator de risco associado ao sol é diferente do que acontece no carcinoma basocelular ou espinocelular, cancros que estão mais associados à exposição a longo prazo e prolongada ao sol, ao invés de intermitente. Por exemplo, o risco de desenvolvimento do carcinoma basocelular correlaciona-se com a quantidade e a natureza da exposição acumulada, especialmente durante a infância.
Perante isto, acho que não faltam argumentos para a importância de todos termos consciência de como devemos proteger-nos do sol e da radiação ultravioleta durante todo o ano, mas, especialmente, nestes meses de verão em que estamos todos mais expostos. Devemos estar cientes que os cuidados de proteção na praia devem ser redobrados uma vez que a areia e a água refletem a luz solar e aumentam a quantidade de radiação ultravioleta recebida. A aplicação regular de fotoprotetor e a sua reaplicação é recomendada antes e durante a exposição solar. Sabemos que as pessoas que utilizam os protetores solares têm uma redução do risco de cancro de pele de 40% comparativamente com as pessoas que não utilizam estes produtos. Os protetores solares devem ser aplicados 20-30 minutos antes das pessoas saírem para a praia e reaplicados a cada 2 horas ou mais frequentemente se nadar ou transpirar. Também a proteção das nossas crianças com protetor solar e com roupa adequada reduz o seu risco de cancro de pele no futuro. E para os pais que estiverem interessados em saber mais como proteger os seus filhos da radiação solar aconselho a consulta deste sítio, desenvolvido por pediatras e que conta com o apoio da Sociedade Portuguesa de Pediatria: http://criancaefamilia.spp.pt/promocao-de-saude/sol-esse-grande-amigo.aspx.
Proteja-se. Em saúde, como em tudo na vida, vale sempre mais prevenir do que remediar.