A construção de um viaduto é uma solução que a Câmara de Vila Verde considera que poderia ser utilizada para descongestionar o trânsito na Rotunda da Canoísta, na Vila de Prado, onde diariamente se formam longas filas de carros que circulam pela Estrada Nacional 201.
A ideia foi, de resto, defendida pela autarca Júlia Fernandes na última Assembleia Municipal num momento em que se discutia a apresentação de uma moção, subscrita pela bancada do PSD, para voltar a desenvolver esforços para sensibilizar o Governo para a necessidade de aliviar os congestionamentos de trânsito que se verificam.
«Temos tido várias reuniões com a Infraestruturas de Portugal em que todos estes assuntos relacionados com acessibilidades são colocados em cima da mesa e discutidos. Tenho dito em todas – e da última vez fi-lo de forma mais incisiva – que é uma situação insuportável», disse a presidente da Câmara.
Reportando-se em específico à Rotunda do Canoísta, Júlia Fernandes aludiu à existência de «filas de vários quilómetros» que se formam no final da Variante do Cávado, no sentido Braga-Prado, considerando que a existência de uma passagem desnivelada poderia ser uma boa solução.
«Há parecer positivo relativamente à interseção entre a Rotunda do Canoísta e a nova ligação, que será criada, entre Prado e Oleiros. A Infraestruturas de Portugal entende que isso resolveria o problema. Criar uma rotunda alongada, na minha opinião, não é solução, vai é criar mais entropia, por isso insistimos na passagem desnivelada», frisou.
APOIO UNÂNIME
Na apresentação da moção, que foi aprovada por unanimidade, o representante da bancada do PSD Carlos Pedro disse que as duas estradas nacionais que atravessam o concelho de Vila Verde, a 101 e a 201, «são reconhecidamente deficitárias tendo em conta o trânsito existente».
«A variante a Vila Verde é uma necessidade com mais de 25 anos. Está integrada no Plano Nacional de Investimentos 2030, com uma verba de 12 milhões de euros, mas até hoje não se reconhece que tenha sido tomada qualquer iniciativa para avançar com esta obra. O próprio Ministro reconhece que não há projecto», referiu.
Na Rotunda do Canoísta, existe um «estrangulamento rodoviário» que «urge resolver». «A criação de uma passagem desnivelada é a única solução para resolver de facto o problema que existe nesse local. Uma rotunda alongada é manifestamente insuficiente», frisou.
PS QUER COLABORAR
Na discussão da moção, o líder do PS, Filipe Silva, mostrou «total disponibilidade» do partido para colaborar com a Câmara Municipal no sentido de ser possível encontrar uma solução para os problemas de trânsito sentidos em Vila Verde.
«A variante é uma luta com 25 anos, ou seja, já passou por diversas pessoas e por diversos Governos. No passado, fruto de um trabalho de articulação, fomos a Lisboa e conseguimos sair de lá com a certeza de que seria construída uma rotunda na Loureira. Mais recentemente foram realizadas obras para aumentar a segurança na EN 101. Estamos disponíveis para sermos envolvidos neste processo e para trabalharmos em conjunto para que se avance realmente para a execução desta obra», frisou.
REUNIÃO COM MINISTRO
Júlia Fernandes sublinhou que pretende reunir em breve com o Ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, para abordar os problemas das acessibilidades, nomeadamente a propalada variante a Vila Verde.
«Vou solicitar uma reunião com o senhor Ministro para que me diga pessoalmente que não há projecto para a variante», afirmou na Assembleia Municipal.
A presidente da Câmara admitiu que, a seguir, a autarquia poderá endurecer o discurso e tomar medidas mais radicais.
«A partir desse momento, poderemos ter atitudes mais fortes, mais incisivas e mais musculadas. Não sei se estão à espera que sejamos notícia de telejornal por causa de corte de estradas ou afins… Não queria ir por aí, mas penso que os vilaverdenses se associarão àquilo que for feito sobre esta matéria», atirou.
Notícia original publicada na edição impressa de Dezembro.
