BRAGA

BRAGA -

Queixa no Ministério Público por causa de instalação de antena no Monte de São Gregório

Um cidadão de Maximinos, Braga, apresentou queixa ao Ministério Público do Tribunal local, por causa da colocação de uma antena de telecomunicações da NOS junto à capela e estruturas anexas do Monte de São Gregório, alegando que viola a carta de condicionantes do PDM (Plano Director Municipal).

Contactada a propósito, a vereadora Olga Pereira disse que a obra está parada e não pode recomeçar sem a respectiva licença – cujo pedido entrou recentemente –, mas sublinhou que, se o processo administrativo estiver correcto, o Município nada pode fazer, ou seja, a antena será ali colocada porque se trata de um terreno privado.

“Existem condicionantes arqueológicas, o que apenas significa que a obra tem que ter acompanhamento”, explicou.

Na carta, que também endereçou à Direcção-Geral do Património, António Esteves Ferreira denuncia o que diz serem suspeitas de destruição do Património.

Afirma que o imóvel, com o nº 132 na carta de condicionantes arquitectónicas e arqueológicas do Plano Director Municipal, está obrigado a que qualquer intervenção nele efectuada ou na área envolvente (com um perímetro aproximado de 50 metros estabelecidos a partir do edifício), seja sujeita a pareceres do Município, caso do Gabinete de Arqueologia.

Ou seja, e conforme carta que os serviços enviaram ao pároco da Fábrica da Igreja Paroquial de Maximino, “não se podem fazer obras” sem o seu parecer.

O queixoso adianta que, em Dezembro, a paróquia deu início, sem licença, “à destruição do local, com a colocação de uma antena e diz ter pedido por requerimento informações à Camara de Braga, não tendo obtido resposta”.

BENEFÍCIOS PARA A CIDADE

Já o pároco de Maximinos, Manuel Miranda, disse em Dezembro que “o licenciamento depende da Câmara”, tendo a paróquia apenas dado autorização para a instalação, decisão que passou pela Arquidiocese.

Diz que a operadora de comunicações entrou com um pedido de licenciamento na Câmara e que a futura torre “em nada prejudica” o espaço dedicado aos fiéis que ali vão, nomeadamente em Abril quando se celebra o dia do Santo.

Sustenta, ainda, que “este tipo de estruturas são uma mais-valia para a cidade e os seus habitantes, já que hoje ninguém prescinde de telemóvel e internet”.

A implantação da torre tem contrapartidas financeiras para a paróquia e a Confraria.

O Monte é um espaço amplo e arborizado com uma vista privilegiada para a cidade, que alberga uma Capela datada de 1393, dedicada a São Gregório Magno, Papa desde Setembro de 590 até à data da sua morte, no ano de 604. Dispõe de mesas, água, cozinha e casas de banho.

No local foram identificadas evidências de níveis de ocupação que remontarão à fase castreja da Idade do Ferro do Noroeste Peninsular, que conheceu posterior romanização.

Partilhe este artigo no Facebook
Twitter
OUTRAS NOTÍCIAS

PUBLICIDADE