O vereador do PS José Morais voltou a criticar, esta terça-feira, a privatização do lixo em Vila Verde, considerando tratar-se de «um negócio de cinco milhões de euros que não serve os vilaverdenses». Fonte do gabinete da presidência da câmara reage: «O vereador mostra desconhecimento e tenta iludir os vilaverdenses».
«A recolha de lixo foi entregue a um privado que recebe cinco milhões de euros. É má ao longo de todo o ano, mas piora muito nos meses de Verão. No Verão verifica-se que o serviço prestado pela empresa privada responsável pela recolha de lixo é lastimável», considera o vereador.
Em comunicado, Morais diz que, «por todo o concelho», assiste-se «ao acumular de lixo durante vários dias, o que nada de bom traz à qualidade de vida dos vilaverdenses, dando uma má imagem» do concelho.
«A recolha de lixo e as questões ambientais associadas são fundamentais para a melhoria da qualidade de vida dos vilaverdenses e devem ser encaradas como uma prioridade absoluta na gestão autárquica. Em Vila Verde isso não acontece», critica.
RECOLHA «INSUFICIENTE»
Para José Morais, «a recolha de lixo é insuficiente».
«A resposta para a situação por parte da câmara é sempre a mesma: a população aumenta muito e nada podemos fazer. Estamos todos cansados de ouvir sempre a mesma desculpa, ano após ano!», frisa.
E, em jeito irónico, levanta uma questão: «Será que se soluciona o problema pedindo aos nossos conterrâneos emigrantes para não virem cá e assim já não há problema com a recolha do lixo? Não! A culpa não é da chegada dos nossos emigrantes. Os emigrantes não podem de forma alguma servir como desculpa para o reiterado incumprimento na recolha do lixo!», atira.
Na perspectiva do vereador socialista, «a Câmara, em vez de justificar a sua incapacidade para resolver o problema, deve é exigir que a empresa a quem entregou um negócio de 5 milhões de euros cumpra com a suas obrigações».
«O contrato que rege a recolha de lixo e prevê o pagamento de 5 milhões de euros ao privado é claro e prevê reforço da recolha nestas alturas do ano! Porque é que o presidente da câmara não exige que o façam?», questiona.
Morais lembra que «os interesses do Município têm que estar à frente de qualquer outro interesse. Hoje temos um serviço menos eficiente, sem higienização dos locais e com um custo maior para os cidadãos e isso é inadmissível».
CÂMARA REAGE
«É preocupante que o senhor vereador mostre desconhecimento quando fala sobre esta e outras matérias», reage fonte do gabinete da presidência. «Mais grave é que tenta iludir os vilaverdenses com factos e números descontextualizados», vinca.
Numa curta reacção, a mesma fonte observa que «é notório o esforço que a autarquia fez nos últimos anos para tornar mais eficaz e eficiente a recolha de resíduos domésticos no Concelho. Mais uma vez, o PS quer exibir Vila Verde pela negativa, tentando iludir os vilaverdenses!».
E esclarece: «o vereador desconhece, ou omite propositadamente, que a recolha selectiva de resíduos é feita pela Braval, uma empresa intermunicipal. O vereador e o PS deveriam aproveitar o comunicado para, mais uma vez, sensibilizar os vilaverdenses para não colocarem junto com os resíduos domésticos matérias recicláveis».
Em relação à empresa contratada pelo Município para realizar a recolha de resíduos domésticos, aquela fonte municipal recorda que «tem um contrato anual com a autarquia de aproximadamente 490 mil euros, válido por 10 anos. Aquando da entrega da concessão do serviço, a autarquia despendia de cerca de 700 mil euros anuais, o que equivale a uma poupança de mais de 200 mil euros anuais».
ovilaverdense@gmail.com