O presidente do Sindicato Independente dos Médicos (SIM) Norte disse, esta quarta-feira, que a adesão à greve dos médicos da Administração Regional de Saúde está a ser “muito forte” com blocos operatórios encerrados, como o do Hospital de Braga, e centros de saúde praticamente parados.
“Tal como nós tínhamos expectativa, depois de um ano em que durante o processo negocial não convocámos greves e até nem fomos compreendidos por parte de alguns colegas, esta greve está a ter uma forte adesão”, disse Jorge Roque da Cunha.
Em declarações à agência Lusa, o presidente do SIM avançou que nos centros de saúde a adesão a uma greve que teve início às 00h00 de hoje está “muito próxima dos 95%” e que há blocos operatórios encerrados em vários hospitais.
“[A adesão] nos blocos operatórios ronda os 90%, e nas consultas externas hospitalares, cerca de 85%. Em hospitais como Braga, Gaia/Espinho, Santo António [no Porto] a totalidade dos blocos operatórios está encerrada, mas naturalmente que os serviços mínimos de urgência, as hemodiálises e tratamentos oncológicos estão totalmente garantidos”, descreveu.
Jorge Roque da Cunha considerou que este “é um sinal claro de que as reivindicações do sindicato são compreendidas pelos médicos que têm grande descontentamento em relação à perda de poder de compra dos últimos 10 anos”.
“Não é aceitável que a perda de poder de compra que representou cerca de 22% possa ser colmatada com um aumento de 3,1%, que foi a proposta que o Governo nos fez. Um Governo que está no poder há oito anos, um Governo com maioria absoluta, um Governo que cobra impostos aos portugueses como nunca cobrou, tem de perceber que não adianta ter palmadinhas nas costas em Bruxelas quando tem pessoas que aguardam consultas e cirurgias mais de dois anos”, referiu.
Sobre as horas extraordinárias, o presidente do SIM disse que “no ano passado os médicos fizeram 5 milhões e 500 mil horas extraordinárias”, algo que considerou “inaceitável”.