O grupo parlamentar do Bloco de Esquerda (BE) questionou o Governo, através do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, sobre o anunciado lay-off nas unidades fabris da Coindu de Joane, em Famalicão, e de Arcos de Valdevez.
Segundo a empresa, dedicada à produção de capas para assentos de automóveis de várias marcas de automóveis entre elas a Lamborghini, Audi, BMW e Porsche, o lay-off tem a duração de seis meses e atinge 400 trabalhadores em Joane e outros 100 nos Arcos de Valdevez.
Afirmando a sua solidariedade para com os trabalhadores, o BE considera “inaceitável que uma empresa que vê aprovada uma recapitalização ao abrigo o PRR-Plano de Recuperação e Resiliência, “sendo considerada uma empresa viável, despediu trabalhadores e agora entra em lay-off afectando gravemente os rendimentos dos trabalhadores”.
O Bloco lembra que António Cândido Pinto, presidente do conselho de administração, afirmou que o grupo Coindu obteve mais de 700 milhões de euros, metade dos quais facturados na fábrica de Joane. O mesmo administrador, em declarações à imprensa, no ano passado, queixava-se que precisava aumentar a capacidade de produção, mas não consiga atrair trabalhadores, confirmando a intenção de expandir as unidades industriais.
Recordando ainda que em Novembro passado já denunciara a intenção da administração da Coindu de despedir 400 trabalhadores naquelas duas unidades, o grupo parlamentar bloquista pretende agora que Ana Mendes Godinho, ministra responsável pela tutela do Trabalho, diga as razões que a empresa apresentou para a activação do mecanismo lay-off e se está a acompanhar a situação. Se sim, como?
Os bloquistas pretendem também saber quais os apoios públicos que a empresa recebeu desde 2020.
Fundada em 1988, a Coindu S.A. emprega mais de 6.000 trabalhadores distribuídos pelas unidades industriais de Joane, empresa sede, (2.100), Arcos de Valdevez (811), Roménia (1.558), México (999) e Alemanha.