O ministro da Economia considerou as energias renováveis “o coração da transformação da indústria do nosso tempo”, referindo-se à aposta do município de Viana do Castelo na Economia do Mar.
Falando esta sexta-feira na reunião do Conselho Empresarial Estratégico de Viana do Castelo (CEEVC), António Costa e Silva sublinhou que “em Viana do Castelo, o futuro é fundamental, já que aqui se percebe que o futuro é o lugar onde vamos passar o resto das nossas vidas e com o qual temos de nos preocupar”. “Viana do Castelo é um concelho que pensa o futuro”, frisou.
“No século XXI temos a oportunidade de ouro de prosperar através da economia do mar. Sempre que o país se virou para o mar, prosperou. Sempre que virou costas ao mar, definhou”, afirmou, considerando que “as energias renováveis são o coração da transformação da indústria do nosso tempo”.
“Temos de dar toda a atenção à expansão do Porto de Mar de Viana do Castelo e ao seu desenvolvimento”, realçou o governante, que defendeu igualmente a aposta na madeira e papel e na electrificação do cluster automóvel.
O ministro afirmou que “a economia portuguesa consecutivamente desmente as perspectivas pessimistas” e que, por isso, em 2022, as exportações atingiram 50% do PIB e, em 2023, mesmo com duas guerras e crises diversas, as exportações continuaram numa trajectória de crescimento.
Para estes números, contribuíram sectores como a indústria metalomecânica, que atingiu “um recorde absoluto em 2022 e 2023”, contando com uma “representação muito significativa” em Viana do Castelo.
No distrito vianense existem 30 mil empresas, com ascendem a um volume de negócios de 6,4 mil milhões de euros, sendo que as empresas instaladas no concelho de Viana do Castelo garantem 40% deste volume de negócios.
NOVOS DESAFIOS
António Costa e Silva considerou ainda que a ligação do TGV à Galiza é “um projecto absolutamente fulcral e determinante para o desenvolvimento da economia portuguesa”, ideia igualmente defendida por Luís Nobre, enquanto autarca de Viana do Castelo e presidente do Eixo Atlântico.
O ministro disse “depositar muita esperança em Viana do Castelo” no sector das tecnologias de informação e comunicação, que cresceram 18% e estão a caminho dos 4.000 milhões de euros em termos nacionais.
No arranque do encontro, o presidente da autarquia, Luís Nobre, garantiu que “o ecossistema económico do nosso concelho está, hoje, muito mais resiliente e preparado para os novos desafios”, indicando que o concelho vianense é o 10º concelho mais exportador do Norte, e que em 2023, “e em contraciclo”, “foi um dos poucos concelhos do Norte a registar aumento das exportações (+ 1,4%)”.
No concelho existem actualmente quatro grandes parques empresariais, com 252 empresas instaladas, destacando-se 28 grandes empresas. Conta com 5.658 empresas, que registam 31.000 postos de trabalho.
“Respiramos economia no nosso concelho, somos atractivos e continuamos a receber áreas de actividade absolutamente emergentes”, defendeu Luís Nobre, referindo que as principais áreas de negócio são o cluster automóvel, construção naval, madeira e papel, metalomecânica, economia do mar, tecnologias e serviços, energias renováveis e ‘offshore’.
O CONSELHO
O CEEVC foi criado pela Câmara e Associação Empresarial de Viana do Castelo com o propósito de promover um ambiente favorável ao investimento, inovação e desenvolvimento sustentado. O Conselho visa tem como objectivos analisar a situação económica e social do concelho, identificar oportunidades de investimento na melhoria dos factores de competitividade, promover parcerias estratégicas para o desenvolvimento económico e social do concelho; preparar os instrumentos que permitam ao município desenvolver políticas e medidas que revitalizem a economia do concelho.
Visa ainda construir um quadro estável de funcionamento que promova consensos sobre projectos e acções de especial interesse para o concelho e região nos domínios das infra-estruturas, energia, economia circular, atracção de investimento, formação profissional e estratégias de inovação; colaborar com os órgãos municipais, no aconselhamento das políticas de desenvolvimento económico e internacionalização; contribuir para um melhor conhecimento dos indicadores económicos e sociais do município; e promover o alargamento desta parceria a outras instituições e entidades associativas com actividade relevante na região norte.
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