OPINIÃO

OPINIÃO -

O papel dos grupos de autoajuda para Pais e Encarregados de Educação de Crianças com Necessidades Especiais

  • Texto de Margarida Pinheiro
    Representante da Associação de Pais da CPCJ Vila Verde

Lidar com quadros de desenvolvimento infantil desafiantes exige muito dos pais e famílias. O diagnóstico de um(a) filho(a) com necessidades especiais desencadeia sempre um mar de emoções. Incerteza, medo e insegurança assumem sem dúvida outras dimensões que justificam a necessidade de apoio especial para pais e sua criança.

No caso das famílias de crianças com deficiência, estas passam pela complexidade e variabilidade do processo de adaptação parental, em que a perceção do suporte social assume uma poderosa influência no ajustamento parental à deficiência. Neste processo, o melhor tipo de ajuda para os pais é ouvi-los e auxiliá-los a lidar com os sentimentos negativos em relação à condição desafiante da criança, oferecendo-lhes apoio psicológico e suporte social.

Os Grupos de Auto-ajuda são uma das formas terapêuticas de Reabilitação Psicossocial, permitindo o acesso a um espaço de partilha de experiências e saberes, no combate ao estigma, solidão e isolamento, ajudando a lidar com a pressão associada à problemática vivenciada. Estes grupos partilham o mesmo problema/desafio e encontram-se de forma periódica para procurarem soluções em conjunto e apoiarem-se mutuamente. A participação, acontece num ambiente seguro para partilhar experiências, onde impera uma atmosfera de confiança e empatia.

Neste contexto, e diagnosticada a necessidade, surgiu em maio de 2023, o grupo de autoajuda, SUPER’A Pais, promovido pelo Município de Vila Verde. Esta iniciativa insere-se no projeto SUPER’A que integra o Programa Vila Verde Cidade Amiga das Crianças. O Grupo SUPER’A Pais reúne mensalmente, oferecendo aos pais/encarregados de educação de crianças e jovens com qualquer tipo de comportamento/condição mais desafiante, a compreensão e o apoio  através de um espaço de partilha.  Nas reuniões é possível obter informação sobre os recursos existentes no território, resolver problemas práticos, partilhar experiências e normalizar reações de stress.

Neste 1º  ano de funcionamento realça-se o impacto positivo na capacitação, bem-estar, melhoria da coesão da família e dos padrões de interação criança-família-comunidade.

A participação no Grupo contribui para uma maior tranquilidade e empoderamento dos pais envolvidos, conduzindo a uma maior capacitação e normalização das suas emoções, melhorando o bem estar emocional e a auto estima. A convivência e partilha entre os pais promove um espírito de socialização e identificação entre pares que contribui positivamente para a obtenção de mudanças importantes na forma como estes convivem e atuam com os desafios de desenvolvimento das suas crianças.

Partilhe este artigo no Facebook
Twitter
OUTRAS NOTÍCIAS

PUBLICIDADE