A cantina social da Cáritas de Braga serviu 14.428 refeições entre janeiro e junho deste ano, mais 1.755 do que no mesmo período do ano passado, anunciou esta sexta-feira a instituição.
Em comunicado, a Cáritas de Braga acrescenta que, no primeiro semestre deste ano, atribuiu apoios em vales alimentares no valor de cerca de 2.000 euros.
Segundo a Cáritas, nos primeiros seis meses deste ano registaram-se 40 novas pessoas a utilizar os serviços da cantina, “evidenciando uma significativa rotatividade”.
“Observamos que um grupo considerável de pessoas permanece na cantina há mais tempo e são mais estáveis. No entanto, há um segmento de utentes, composto por migrantes e pessoas em situação de sem-abrigo, que é mais vulnerável e apresenta maior rotatividade”, refere a responsável por aquele serviço.
Segundo Estela Portela, “esta dinâmica de rotatividade reflete as necessidades urgentes e variáveis de um público altamente vulnerável, que depende dos serviços da Cáritas para apoio alimentar e estabilidade temporária”.
A cantina social da Cáritas de Braga funciona com o apoio do Instituto da Segurança Social.
Além da cantina social, a Cáritas de Braga apoia situações de carência alimentar mais pontuais com cabazes e vales alimentares.
Para Joana Lopes, responsável pelo atendimento social da instituição, os vales alimentares “permitem dignificar e dar mais autonomia a quem pede apoio”.
“Assim, podem fazer as compras como qualquer outra pessoa e escolher os produtos que mais se adequam às suas necessidades, produtos que, muitas vezes, a Cáritas não possui”, sublinhou.
Joana Lopes adiantou que os vales alimentares ainda não respondem a todas as necessidades.
“Os valores ainda não são suficientes para as necessidades, e normalmente recebemos apoios e donativos em géneros alimentares e não em dinheiro”, referiu.
Os vales resultam do programa nacional “Vamos inverter a curva da pobreza” da Cáritas Portuguesa, que tem como objetivo reforçar a capacidade de apoio às famílias mais vulneráveis através do pagamento de despesas pontuais e urgentes, como habitação, saúde, gás e eletricidade, e da atribuição de vales para aquisição de alimentos e bens essenciais.
Em 2023, o programa atribuiu 1.695 vales em Portugal.