VILA DE PRADO

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Moradores contra sede do Moto Club de Prado nos Carvalhinhos. Motards garantem que ‘não são vândalos’

Um grupo de moradores do bairro dos Carvalhinhos, na Vila de Prado, enviou esta quarta-feira um abaixo-assinado à Câmara de Vila Verde em que se manifesta contra a decisão de transferir a sede do Moto Club de Prado para o edifício da antiga escola primária. Na reação, a associação motard exige “respeito” e garante que os seus membros “não são vândalos”.

No texto que acompanha o abaixo-assinado, a que o jornal “O Vilaverdense” teve acesso, os moradores referem que “não têm absolutamente nada contra o Moto Club de Prado”, mas contestam a escolha da antiga escola primária para a instalação da sua sede, depois de o edifício já ter acolhido o Rancho Folclórico e o Clube de Pesca da Vila de Prado.

“A escola primária dos Carvalhinhos está situada no centro do bairro, onde existem moradias de primeira habitação em redor e onde é frequente estarem crianças e demais população a usufruir de um espaço que até hoje estava destinado à prática de desporto, atividades sociais e recreativas e de inclusão social”, pode ler-se.

O texto acrescenta que, “com a decisão de instalar a sede do Moto Club de Prado neste mesmo local, tais atividades deixarão de ser promovidas e passará a ser um centro motard onde existirá ruído, insegurança, falta do espaço público assim como uma degradação clara da qualidade de vida da população”.

“O Moto Club de Prado é digno de ter um espaço próprio onde possa desenvolver as suas atividades, mas sem que estas violem os direitos humanos elementares da população, tais como o direito ao silêncio, privacidade e descanso. É sabido que em qualquer situação em que estes mesmos direitos elementares não possam ser acautelados irá existir sempre o risco de o problema se agravar e terminar em situações desagradáveis”, refere o abaixo-assinado.

RUÍDO E SEGURANÇA

Entre os motivos apresentados para a discordância, os moradores dos Carvalhinhos referem, desde logo, o ruído, já que “o funcionamento de um moto clube, com a frequência de motociclos, bem como a realização de eventos e encontros, pode gerar níveis elevados de ruído”. Temem, por isso, que venha a afetar o “sossego dos moradores, especialmente em horários noturnos e nos finais de semana, afetando o descanso e a qualidade de vida”.

Aludem igualmente a questões de segurança, defendendo que “a instalação de um moto clube aumenta a circulação de motociclistas e, consequentemente, o risco de acidentes. Além disso, a presença de grupos de motociclistas pode gerar situações de insegurança, preocupando os moradores, especialmente as famílias com crianças e idosos”.

“A população local pretende que este espaço possa ser melhorado, onde possam ser integradas atividades recreativas, sociais e desportivas e que de certa forma possam contribuir com o aumento de qualidade de vida e bem-estar a todas as gerações e não o oposto. Diante disso, solicitamos que as autoridades competentes reavaliem a autorização para a instalação da sede do moto clube no nosso bairro e considerem o impacto negativo que essa decisão pode trazer para a comunidade local”, conclui o texto dos moradores.

MOTARDS EXIGEM RESPEITO

Contactado pelo jornal “O Vilaverdense”, o presidente do Moto Club de Prado, Rui Peixoto, disse lamentar a posição dos moradores, tomada quando “a mudança ainda nem sequer foi realizada”, exigindo o “mínimo de respeito” pelo clube motard e pelos seus elementos.

“Temos vários sócios e membros nos Carvalhinhos e aquilo que pedimos é que todos tenham o mínimo de respeito pelo Moto Club de Prado. É muito grave que se diga que a nossa presença pode gerar situações de insegurança quando ainda nem sequer nos mudamos. Nada do que está escrito aconteceu, são apenas suposições”, referiu.

Rui Peixoto assegura que o clube motard pradense é uma “instituição que merece respeito”, tal como os seus membros. “Estamos a falar de pessoas que trabalham, que têm empresas, que são dignas. Não são vândalos nem ladrões”, frisou.

Também contactada a propósito, a Câmara de Vila Verde escusou-se a comentar o abaixo-assinado, considerando igualmente que se trata de uma tomada de posição que “não respeita nem as instituições nem as pessoas” em causa.

“Há formas de dialogar salvaguardando sempre o respeito pelas instituições e pelas pessoas visadas, o que não aconteceu neste caso”, reagiu fonte da autarquia, rejeitando fazer mais comentários.

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