O secretário de Estado do Vaticano afastou hoje a possibilidade de o Papa Francisco abdicar devido a questões de saúde. «De modo algum», respondeu prontamente o cardeal Pietro Parolin, aos jornalistas, à margem de um evento por ocasião do Ramadão, sobre a hipótese de Francisco abdicar.
O cardeal italiano, citado pela agência Ansa, relatou que teve a sua última conversa com o pontífice de 88 anos na semana passada no Hospital Gemelli e que o encontrou melhor do que na visita anterior, mas alertou que se trata apenas de uma «avaliação externa» sobre o seu estado de saúde.
«Creio que nos devemos cingir aos boletins médicos, porque são eles que nos dizem exatamente o estado do Papa», acrescentou o secretário de Estado do Vaticano.
Apesar das suas melhoras nos últimos dias, as especulações sobre a renúncia de Francisco avolumaram-se ao longo dos 32 dias do seu internamento devido a uma dupla pneumonia, à semelhança do que fez o seu antecessor, Bento XVI.
O líder católico entregou uma carta de demissão logo após a sua eleição em março de 2013, para o caso de se sentir inapto para continuar a exercer o seu trabalho na Santa Sé.
Parolin reconheceu que «não se pode ter discussões aprofundadas» com o Papa e que «são-lhe apresentadas as diversas situações» sobre o governo da Igreja, negando logo de seguida de forma categórica a possibilidade de renúncia.
Na última atualização do boletim médico do papa, o Vaticano informou hoje que Francisco precisa de um fluxo menor de oxigénio no seu tratamento e pode dispensar por instantes as cânulas nasais durante o dia.
O estado de saúde mantém-se estacionário e o pontífice argentino passou o dia entre repouso, fisioterapia motora e respiratória e «um pouco de trabalho», indicou o serviço de imprensa do Vaticano aos jornalistas.
A equipa médica do Hospital Gemelli está a reduzir progressivamente o tempo passado com suporte de oxigénio, recorrendo a cânulas nasais durante o dia e a uma máscara que cobre o nariz e a boca à noite.
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