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“Grande maioria” das Câmaras do Norte autoriza feiras

O presidente da Associação Feiras e Mercados da Região Norte (AFMRN) afirmou esta terça-feira que “a grande maioria” das câmaras vai permitir a realização de feiras, agora que o Governo recuou na sua decisão de proibição. Entre estas estão várias feiras do Minho e Alto Minho.

Embora desconheça o número exacto de autarquias que vão autorizar a realização de feiras, Fernando Sá citou como exemplo as autarquias do Vale do Sousa, nomeadamente Lousada, Paços de Ferreira e Felgueiras (onde foram antecipadas medidas mais restritivas para conter a epidemia de covid-19, devido ao elevado número de casos), mas também Guimarães, Gondomar, Caminha e Espinho. 

O PressMinho apurou que decisão idêntica foi tomada pelas câmaras de Braga, Barcelos, Famalicão e Amares. Outras anunciam a decisão nas próximas horas.

Também Vizela autorizou a realização das feiras depois de inicialmente o presidente da Câmara ter, citado por Fernando Sá, “justificado a suspensão das feiras locais “com o argumento de que os feirantes andam de terra em terra” o que, no entender do autarca, poderia potenciar a transmissão do vírus.

ESTADO DE EMERGÊNCIA

 “Esperamos que esta decisão se mantenha, caso seja decretado o estado de emergência”, sublinhou em declarações à Lusa.

Congratulando-se com o recuo do Governo nesta matéria, ao remeter para as autarquias a decisão de autorizar ou não a realização de feiras, o dirigente da AFMRN lamentou, contudo, que a palavra “proibição” se mantenha na medida anunciada no sábado, no final do concelho de ministros.

“Gostaríamos é que não estivesse a palavra proibição nesta medida, porque isso dá sempre margem de manobra para algumas autarquias que não estão interessadas na realização das feiras locais, o que nos não compreendemos”, disse, apontando os casos das câmaras do Porto e de Vila Nova de Foz Coa.

Segundo o responsável, “nestes dois municípios, desde que foram encerradas em Março, as feiras nunca mais reabriram”, mesmo depois de o Governo em Maio o ter permitido, desde que fossem implementados os planos de contingência.

O responsável entende que “se a decisão do Governo não fosse revertida, esta actividade poderia falir e, assim, perder-se um sector histórico, cultural e tradicional”.

“Iríamos tentar, de todas as formas, que isso não acontecesse”, afirmou, admitindo, até, a criação de um partido político “para salvaguardar esta e outras classes do mesmo ramo tradicional”.

Segundo contou à Lusa, “não se avançou com nada, mas a ideia mantém-se”.

Fernando Sá reafirmou ainda que “os feirantes, tal como os supermercados e os hipermercados, vendem produtos essenciais, pelo que devem ser contemplados com medidas iguais”.

A Associação de Feiras e Mercados da Região Norte representa cerca de 8.000 feirantes.

A associação alerta que “se os feirantes não trabalham, não têm como gerar rendimentos para as suas mais elementares necessidades, como comer ou pagar as contas da água e da luz”, e que “se os feirantes não podem trabalhar, todos os fornecedores desses feirantes, a montante, deixarão de ter a quem vender e todos ficarão sem rendimento”.

 

Legenda: Feira de Famalicão/ Foto CMVNF

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