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Ex-vice da Câmara de Ponte de Lima ouvida em investigação da PJ sobre subsídios às Feiras Novas

A ex-vice-presidente da Câmara de Ponte de Lima (CDS-PP) foi ouvida como testemunha na Polícia Judiciária (PJ) de Braga no âmbito de uma investigação às contas da Associação Concelhia das Feiras Novas, revelou esta sexta-feira a própria.

Mecia Martins explicou, à Lusa, ter sido intimada, no final de Outubro, para ser inquirida pela PJ, na qualidade de testemunha, na sequência da participação que formalizou junto do Ministério Público (MP) por alegadas irregularidades na atribuição de subsídios à Associação Concelhia das Feiras Novas, responsável pela organização daquela romaria de Ponte de Lima.

A participação resultou da aprovação, em Dezembro de 2020, pelo executivo municipal, com o voto contra de Mecia Martins, ainda em funções, e a abstenção dos dois vereadores da oposição (movimento Ponte de Lima Minha Terra -PLMT) da atribuição de um subsídio de 60 mil euros àquela associação “para o pagamento do Imposto Sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas (IRC), de serviços prestados e para ter fundo de maneio”.

“A câmara municipal não pode pagar impostos que resultam do lucro das empresas. Por isso, votei contra e na altura participei ao MP”, justificou Mecia Martins, que lembrou que, em 2020, as festas não se realizaram devido à pandemia de covid-19.

Mecia Martins, inquirida na quarta-feira na PJ, adiantou que, além desse processo, foi ainda ouvida no âmbito de um outro que resultou de uma outra participação no MP de Ponte de Lima, apresentada em 2019 pela comissão política concelhia do PS, contra a Câmara de Ponte de Lima, funcionários do município e a Associação Concelhia das Feiras Novas, na sequência de uma entrevista que a Mecia Martins, concedeu, em Agosto desse ano, ao Jornal Alto Minho, com o título ‘Mecia Martins quer que a Judiciária descubra a quem pagam os feirantes nas Feiras Novas’.

“Nessa entrevista, a vice-presidente denuncia uma série de situações e condutas que envolvem a Câmara de Ponte de Lima, seus funcionários e a Associação Concelhia das Feiras Novas, da qual o município é o principal associado, que indiciam o cometimento de crimes públicos”, lê-se na participação a que a Lusa teve acesso na altura.

Para sustentar a queixa apresentada, o PS apontou as declarações da vice-presidente que classificou o caso como “grave”, defendendo que “a Polícia Judiciária e as Finanças deviam olhar para ele com outros olhos” por envolver “muito dinheiro”.

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