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A carta da CPCJ

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Por José Cruz
CPCJ Vila Verde
Representante dos Serviços do Ministério da Educação

E o nosso mundo desabou…?

Pelo correio chega uma carta com um logótipo amarelo e azul, com as siglas “CPCJ” (Comissão de Proteção de Crianças e Jovens), endereçada a nós, pais e aos nossos dois filhos, a Maria e o José.

Eis que o sofá se torna pequeno, a guerra um assunto menor, os debates políticos apenas retórica sem sentido, onde o desfasamento entre a televisão e a realidade nos caiu como uma bomba no melhor tapete da casa.

Que se passará? O que aconteceu ao nosso pequeno mundo? O que aconteceu às minhas crianças?Onde erramos? Foste tu? Fui eu? Foram as companhias do José? Ou as amigas da Maria? São as redes sociais, eu sabia que o telemóvel ia criar problemas, eles são muito novos.

Estas e outras dúvidas assaltam os pais, com uma  incredulidade natural, perante apenas um carta.

Aberta a carta, lemos o enunciado “A Comissão de Proteção de Crianças e Jovens é uma instituição oficial não judiciária, que visa promover os direitos das crianças e jovens e prevenir ou pôr termo a situações que possam afetar a sua segurança, saúde, formação, educação ou desenvolvimento integral. Assim, vimos por este meio convocá-los, para uma entrevista,…” onde se percebe o objetivo, mas não o motivo da chamada.

Somos invadidos pela insegurança, pelo receio de termos falhado, pela culpa. Resta-nos aguardar o mais serenamente possível pela entrevista. Chega o dia e hora combinado, dirigimo-nos ao endereço de destino, na receção somos muito bem atendidos. Pedem que aguardemos. Pouco depois alguém vem chamar-nos e vamos para uma sala onde já está outro elemento da comissão. Sentamo-nos, são feitas as apresentações e identificadas as entidades que os “Gestores dos processos” representam, neste caso, o Ministério da Educação e o Município de Vila Verde. Algum alívio nos trespassa pelos olhos, com certeza, pois nós conhecemos a “Escola” e conhecemos também a “Câmara Municipal”.

Informam-nos que a sinalização veio da escola, porque os nossos filhos têm comportamentos que se enquadram nos descritos na carta.

Isto aconteceu há seis meses.

Hoje os problemas estão ultrapassados, os processos arquivados e a família unida. Mas houve uma altura em que havia rutura e não nos apercebemos. Felizmente, professores atentos fizeram a diferença na vida dos nossos filhos. Técnicos da comissão, competentes e empenhados conquistaram a nossa confiança e admiração, e em conjunto encontramos as soluções. Tivemos a ajuda que precisávamos. A todos eles o nosso muito obrigado.

Esta carta poderia ser real, mas é ficção, ou talvez uma previsão.

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