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A melhor versão de nós

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Opinião de João Araújo

 

Chegou finalmente o mês do ano em que tudo parece mais animado e iluminado. Diria até, feliz! Apesar do frio e da escuridão do Inverno, é o mês do ano em que nos esforçamos para tentar ser a melhor versão de nós.

Muitos fazem voluntariado pela primeira vez, ou então decidem fazer somente nesta época. Outros tiram a máscara carrancuda que carregam o ano todo e tentam esboçar um sorriso contínuo de 31 dias. Passámos por alguém necessitado que pede ajuda o ano todo na rua onde trabalhámos e que decidimos ignorar durante 11 meses mas, neste mês, é diferente e lá acaba por ficar uma pequena contribuição ou um gesto simpático!

Fico com a impressão de que aprendemos o sentido das palavras dar, altruísmo ou empatia, ali entre o dia 1 e o dia 2 de Dezembro mas, com a mesma rapidez que aprendemos no início do mês de Dezembro, quando batem as 12 badaladas e comemoramos outra volta ao sol parece que fazemos um reset e essas 3 palavras voltam a ter o mesmo peso que tinham nos outros 11 meses do ano.

Será o “espírito natalício”, e as músicas alegres próprias da época, as diversas publicidades que fazem apelos sentimentais usando os valores de família, amizade ou amor, será uma tentativa de compensar um ano de comportamentos menos corretos ou que não se alinham tanto com os valores que gostaríamos que nos revíssemos a tempo inteiro?

Independentemente das razões que causam este fenômeno, podemos dizer que é contagioso, ver outra pessoa a fazer o bem, a ajudar sem esperar nada em troca ou a colocar os outros frente aos seus próprios interesses, faz com que nós próprios queiramos ser melhores. Agora, se qualquer que seja o ponto de vista, é algo positivo, que nos faz bem, que faz bem aos outros, porque parar?

O esforço é assim tão grande que só conseguimos ser essa versão melhorada durante 31 dias de 365 do ano, independente de quem somos durante o resto do ano? É assim tão difícil tentar ser essa versão durante os 12 meses do ano, ou então pelo menos tentar diluir esse “esforço” durante o resto do tempo que temos para fazer a diferença neste 3º calhau a contar do Sol? Leva-me a crer que um pequeno esforço teria um resultado em cadeia muito superior, em comparação com o que parece ser o esforço hercúleo durante esta época.

Um sorriso casual facilmente passaria a usual, um gesto de amabilidade passaria a acções contínuas, e facilmente percebemos que nada nos preenche como ajudar aqueles que nos rodeiam. Tal como na alimentação, importa mais o que fazemos entre o Ano Novo e o Natal do que o que fazemos entre o Natal e o Ano Novo.

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