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Associação alerta que o Barroso “é alvo privilegiado” da mineração de lítio

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A Associação Povo e Natureza do Barroso afirmou esta quarta-feira que esta região, que abrange os concelhos de Boticas e Montalegre, “é o alvo privilegiado da mineração” e apontou para “15 projectos mineiros activos” que representam aproximadamente 8.500 hectares.

Aposição desta associação ambientalista foi tomada depois de a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) ter decidido viabilizar ambientalmente a exploração de lítio na mina do Barroso, no concelho de Boticas, distrito de Vila Real, emitindo uma Declaração de Impacte Ambiental (DIA) favorável, mas que integra um “conjunto alargado de condicionantes”.

A mina do Barroso, projeto desenvolvido pela empresa Savannah, prevê uma exploração a céu aberto, tem uma duração estimada de 17 anos, a área de concessão prevista é de 593 hectares e é contestada por associações locais e ambientalistas e a Câmara de Boticas.

A Povo e Natureza do Barroso afirmou, em comunicado, que, com esta decisão, os “mineiros” – empresas mineradoras, o Governo, a APA, e a Direcção-Geral da Energia e Geologia – “declararam literalmente a guerra ao povo português e ao povo do Barroso em especial”.

“Isto é apenas mais uma etapa. O caminho vai ser ainda longo antes de entrar qualquer máquina no terreno. Ainda podemos agir com muitas acções para travar e parar uma vez por todas esta tentativas de destruição da região de Portugal com uma das maiores riquezas a nível cultural e ecológico”, afirmou a associação Povo e Natureza do Barroso.

E alertou que, depois da aprovada a exploração de lítio em Boticas, pode-se seguir “a aprovação” da mina do Romano (Morgade), a reabertura das minas da Borralha, ambas no concelho de Montalegre, e a ampliação da mina de Lousas, também em Boticas.

“Relembramos que o Barroso é o alvo privilegiado da mineração. Estamos a falar de 15 projectos mineiros activos (sete pedidos em curso e oito contratos assinados) que representam aproximadamente 8.500 hectares, ou seja 7,5% da área total do Barroso”, salientou.

E acrescentou que a “Savannah já referiu que pretendia avançar, assim que tiver o projeto de mina do Barroso aprovado, com um pedido extinto chamado Reigoso”, o que, segundo a associação, pode totalizar uma área de cerca de “12.000 hectares”.

“Calcula-se que 39% da área do Barroso já foi alvo de pedidos de prospecção/exploração”, sublinhou.

BOTICAS “NÃO ESTÁ À VENDA”

O presidente da APA afirmou esta quarta-feira que a DIA favorável condicionada para a mina de lítio em Boticas foi uma “decisão técnica” com os níveis “mais altos de exigência ambiental”.

“A decisão da APA foi uma decisão técnica, foi uma decisão ambiental. O projeto de mineração de lítio na mina do Barroso deu entrada há mais de um ano para avaliação ambiental e, numa primeira avaliação que fizemos, não tinha condições para prosseguir e, por isso, utilizámos uma figura prevista na lei que é a figura da reformulação do projeto”, explicou Nuno Lacasta.

De acordo com a APA, a mina do Barroso obedecerá “a exigentes requisitos ambientais” e incluirá, ainda, “um pacote de compensações socioeconómicas, tais como a alocação dos encargos de exploração (‘royalties’) devidos ao município de Boticas e, entre outros benefícios locais, a construção de um novo acesso que evite o transtorno das populações.

Na região, também a associação Unidos em Defesa do Barroso (UDCB) repudiou “veementemente” esta decisão e prometeu continuar a lutar contra as minas a céu aberto.

Contactado pela Lusa, o presidente da Câmara de Boticas, Fernando Queiroga, reagiu com tristeza e preocupação à DIA favorável condicionada à mina de lítio do Barroso e afirmou que o concelho não “está à venda”.

 

FOTO: Povo e Natureza do Barroso Facebook

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