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Candidaturas a Braga unidas em apelo histórico ao voto apimentado pelo vocalista dos Mão Morta

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Depois de ter juntado as associações representativas dos empresários minhotos numa chamada ímpar ao voto, o Cidadania Contra a Indiferença juntou agora os partidos de candidaturas ao município de Braga também num apelo à participação nas Autárquicas. Adolfo Macedo apimentou a unanimidade em torno do combate à abstenção.

Em conferência de imprensa, esta quarta-feira, perante representantes das candidaturas – à excepção do BE e da CDU, que não subscreveram o manifesto do movimento cívico criado pelo ex-jornalista Paulo Sousa – , Adolfo ‘Luxúria Canibal’ Macedo não deixou em mãos alheias o estilo de ‘provocateur’.

Falando em nome pessoal, Adolfo Macedo e confessando que a máxima anarquista ‘Se o voto é a arma do Povo, então não votes’ não lhe é indiferente, juntou-se mesmo assim no apelo às urnas nas próximas autárquicas.

Ao lado de João Granja, presidente da Concelhia do PSD, partido que recandidata Ricardo Rio a um terceiro mandato na coligação com o CDS/PPM e Aliança, Macedo justificou a aparente contradição explicando que o voto se justifica em “momentos de profunda crise” e de “emergência”. Ora, na sua opinião, “Braga vive um desses momentos” em consequência da gestão de Ricardo Rio que acusou de ter “estagnado” a cidade nos oito anos à frente do executivo.

Granja ouviu, sorriu, mas não reagiu à provocação do vocalista da banda bracarense.

FAIT-DIVERS

Tudo não passaria de um fait-divers se Macedo não fosse, mesmo na condição de independente, o n.º 4 da lista do socialista Hugo Pires à Câmara.

Mas Luxúria não se ficou por aquela observação. “Para quê votar se as alternativas são iguais?”, questionou, para atirar se seguida que escolher entre “Pedro Passos Coelho e o criminoso Sócrates” não “era alternativa” porque “nada mudava”.

Se João Granja, André Silva e Teresa Mota, respectivamente cabeças-de-lista pelo PAN e Livre, relevaram os comentários de Adolfo Macedo, considerando que o que os reunia ali era o apelo ao voto e não fazer campanha eleitoral.                                       No entanto, Filipe Melo, presidente da Distrital do Chega, e Carlos Vaz presidente da Concelhia do Aliança, aproveitaram a “o momento infeliz” e “os comentários infelizes” de Luxúria para alertar que aquele “tipo de discurso é precisamente o que afasta os eleitores”. Olga Baptista, cabeça-de-lista do Iniciativa Liberal preferiu deixar cair a (quase) polémica.

Se o objectivo do Movimento Candidatura Contra a Indiferença foi o de juntar à mesma mesa representantes de partidos da direita à esquerda, como Paulo Sousa explicou ao PressMinho, num “derradeiro” apelo ao voto “face aos indicadores que apontam para um crescimento da abstenção”, ele foi atingido.

Os candidatos e representantes dos partidos não só juntaram esforços contra a abstenção, como avançaram com explicações para um fenómeno que não é exclusivo nacional, mas que atravessa a Europa.

A ideia que não existem alternativas ao PS e PSD, a falta de literacia política (André Pinto e Teresa Mota), o desconhecimento do que são as verdadeiras competências do Poder local e Central (Filipe Melo), a imagem negativa da classe política e a sua necessidade de fazer uma autocritica (Olga Baptista), a vantagem de quem está no poder partir com 15% de avanço em relação à oposição (Adolfo Macedo), a desactualização dos cadernos eleitorais ou a dificuldade da emigração em votar (João Granja) foram aspectos apontados.

MOMENTO HISTÓRICO

Para memória futura, fica a intervenção de Paulo Sousa, a cara do movimento, que sublinhou o “momento histórico” com o “envolvimento massivo das candidaturas” por uma “causa nobre: Democracia”.

“Os partidos deram um sinal de maturidade e de compreensão perante o flagelo que é a Indiferença das cidadãs e dos cidadãos”, lembrando o seu envolvimento no OPen Day que realizado no passado fim-de-semana.

“NÃO SE ILUDAM”

E alerta: “cada uma e cada um de nós- sobretudo os que já nasceram em Democracia- não tem o direito de desprezar o que foi conquistado com tanto sacrifício.  Diria mesmo que não têm o direito de continuar de forma egoísta a usufruir das amplas liberdades que a Democracia consagra e não contribuir em nada para a sua consolidação”.

“Abster-se nunca foi uma solução para nada na vida”, afirmou, acrescentando que “são milhares que, de forma cruel, abandonam o exercício da cidadania no momento em que a sua presença, a sua participação é tão ou mais necessária: o exercício do voto”.

“Estamos aqui preocupados, mas não derrotados, apreensivos, mas não iludidos, de que vale a pena acreditar que os bracarenses, os minhotos, as portuguesas e os portugueses de forma geral, compreendem a importância de uma nova atitude que nos une a todos quando todos percebemos que sem votar, estamos a desistir, estamos a dar a Democracia como algo adquirido”, frisou.

“Não se iludam os que sempre estiveram com esta causa: não se resolve em cinco meses um problema que já leva décadas em Portugal”, disse. E continuou: “não se iludam os que não estão contentes, os que criticam os partidos e a classe política e em nada contribuem como cidadãos informados, responsáveis e capacitados para uma intervenção cívica constante, interpelarem quem se candidata para gerir os destinos do nosso território- da nossa vida colectiva”.

“Nós os cidadãos somos os donos do poder”, finalizou, citando António Cândido Oliveira, professor catedrático da Universidade do Minho e uma das individualidades que participou na Semana da Democracia promovida pelo movimento.

 

Legenda: (a partir da esq.) Olga Baptista, Carlos Vaz, Filipe Melo, Paulo Sousa, Adolfo Macedo, João Granja, Teresa Mota e Rafael Pinto

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