OPINIÃO –

OPINIÃO – -

Corrupção à portuguesa

Share on facebook
Share on twitter

TÓPICOS

Share on facebook
Share on twitter

TÓPICOS

Foi recentemente divulgado o ranking do Índice de Perceção da Corrupção, divulgado pela Transparancy International,  atribuindo  a Portugal uma classificação abaixo da média europeia, facto que não sendo surpreendente não deixa de ser lamentável.

Este resultado trouxe-me à memória uma velha estória sobre a corrupção na qual se narra a organização de uma expedição à lua promovida pela NASA. Sendo aquela uma entidade séria pautada por critérios de transparência  – que não alinha nesta moda dos ajustes diretos  – promoveu um concurso para a selecionar um astronauta para a dita missão.  Após um rigoroso programa de seleção foram apurados para a fase final  do concurso um português, um inglês, e um francês (como é aliás habitual  nestas estórias o que indicia, desde logo, uma certa viciação nos resultados). Chegado à entrevista o Inglês, justificando os riscos da missão, exigiu 5 milhões de dólares de recompensa para, assim, cuidar do futuro da sua mulher e dos seus dois filhos. O francês temendo igualmente os riscos daquela expedição exigiu  a mesma quantia  para acautelar, no caso de a coisa correr mal,  a segurança da mulher, do filho e as duas amantes. Chegou, finalmente,  a vez do  português que exigiu, para espanto do júri, 7 milhões de dólares,  propondo 3 milhões para o  júri como recompensa por ter sido ele o escolhido, 3 milhões para ele   por ser o vencedor do concurso e 1 milhão para a pessoa que, entretanto, encontrassem para enviar à lua!! O português foi, obviamente, o escolhido por unanimidade…

Este episódio retrata a forma aparentemente inofensiva como se exerce a corrupção no nosso país. É neste espírito de empenhos e promiscuidade que ela se propaga quer à escala nacional (grandes corruptos)  quer à  escala local(pequenos e médios corruptos,  bem conhecidos do meio  autárquico por organizarem frequentemente de expedições à lua desta natureza).

Num país burocrático, pequeno e pobre como Portugal a corrupção encontra um terreno fértil adubado por uma sociedade civil cúmplice pela inércia e pela ausência de cultura cívica que  permite  que uma associação funesta de corporações mesquinhas e ambiciosas, de poder e de dinheiro abocanhem o país manipulando políticos e instituições.

A corrupção para além de causar prejuízos materiais  ao estado é fonte de degradação  da vida pública, descrédito das instituições, de aviltamento do carácter, desmoralização e de descrença da classe política e da própria democracia.

Numa democracia sã o controlo de poderes é fundamental para combater a corrupção e o maior controlo terá de ser assegurado pelos cidadãos, não só através do voto mas principalmente através do exercício de uma cidadania activa, critica e vigilante que não poderá ser substituída pelos tribunais ou pela  imprensa.

Afinal de contas a democracia não  é um sistema acabado sobra sempre alguma coisa para cada um nós completar…

Share on facebook
Partilhe este artigo no Facebook
Share on twitter
Twitter
COMENTÁRIOS
OUTRAS NOTÍCIAS

PUBLICIDADE

Acesso exclusivo por
um preço único

Assine por apenas
3€ / mês

* Acesso a notícias premium e jornal digital por apenas 36€ / ano.