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COVID-19: emigrantes e propagação.

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A pandemia tem provocado o regresso de muitos portugueses ao país: emigrantes, estudantes em mobilidade e turistas apanhados nas suas férias.

Entretanto, levantam-se algumas vozes contra a chegada dos nossos compatriotas, responsabilizando-os pela propagação do COVID-19 em Portugal.

Embora possa parecer um grande coro contra esta chegada, na realidade é uma minoria. Numa primeira percepção parece ser uma posição crítica generalizada, contudo há uma maioria silenciosa que compreende o seu regresso.

Claro que os emigrantes têm de ter cuidados acrescidos já que estão em movimento. Mas a generalização fácil que alguns têm feito sobre alguns maus comportamentos cria um anátema injusto.

Sim, há decerto alguns emigrantes que têm sido manifestamente displicentes, mas também há residentes permanentes no país a agirem de igual forma.

A maioria dos emigrantes têm sido responsáveis no seu comportamento, tal como o têm sido a maioria dos residentes permanentes.

Ou seja, há portugueses conscientes das suas obrigações e outros que não o são.

Não me parece correcto separar portugueses pela sua condição de ser ou não ser emigrante. Catalogar os “maus” de um lado e os “bons” de outro não é o caminho.

Estamos todos no mesmo barco perante uma situação muito difícil e inédita. Temos de estar cientes que só ultrapassaremos este longo e difícil calvário se formos solidários uns com os outros.

Conheço emigrantes que cumprem escrupulosamente a quarentena a que estão obrigados. Ficaram sem emprego e desamparados, porque lá, como cá, os países pararam e não lhes restou outra opção senão retornar à sua origem. Um país, um estado, tem a obrigação de receber sempre bem os seus cidadãos.

Também conheço emigrantes que decidiram manter-se no estrangeiro. A sua decisão é, em muitos casos, um enorme sacrifício, mas quiseram, assim, contribuir para que o vírus não circule.

Para além da natureza do próprio vírus, este tem-se espalhado pelos comportamentos irresponsáveis de alguns portugueses, quer eles sejam ou não emigrantes.

Sejamos claros. Não eram os emigrantes que estavam nas praias de Carcavelos ou que passeavam alegremente na marginal na Póvoa do Varzim ou que entupiram a ponte 25 de Abril no fim de semana.

É nestes comportamentos desadequados de alguns, felizmente a minoria, que as autoridades devem concentrar a sua atenção e que nós devemos centrar a crítica, sem estigmatizar ninguém através de generalizações simples.

Caros emigrantes, saibam que a maioria dos que moram permanentemente no país admiram a vossa coragem e que vos recebem sempre de abraços abertos, nos bons mas também nos maus momentos.
Somos todos portugueses e juntos venceremos este
momento difícil.

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