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Covid-19 muda hábitos alimentares de quase metade dos portugueses

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Cerca de 45% dos inquiridos num estudo da Direcção-geral da Saúde disse ter mudado hábitos alimentares durante o período de confinamento, com quase 42% a admitirem ter sido para pior, e mais de metade diminuiu a actividade física.

Alterações da frequência ou do local de compras dos alimentos (34,3% e 10,6%, respectivamente) e alterações do horário de trabalho (17,6%) são as razões mais apontadas pelos participantes no ‘Inquérito nacional sobre hábitos alimentares e actividade física’, que foi realizado em parceria com o Instituto de Saúde Ambiental da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e cujos resultados foram publicados este sábado.

Outros motivos apontados pelos 45,1% dos participantes que alteraram os comportamentos alimentares no confinamento devido à pandemia de covid-19 estão associados ao stress (18,6%) e a mudanças no apetite (19,3%), concluiu também o estudo realizado entre 9 de Abril e 4 de Maio, com uma amostra de 5.874 indivíduos maiores de 16 anos.

O receio da situação económica (10,3%) foi um determinante das alterações alimentares, com um terço a manifestar preocupação com uma eventual dificuldade no acesso a alimentos e 8,3% a relatar ter mesmo dificuldades económicas.

O estudo indica que os inquiridos passaram a comer mais em casa (56,9% passaram a cozinhar mais), reduzindo o consumo de refeições pré-preparadas (40,7%) ou take-away (43,8%).

Cerca de 31% passaram a consumir mais snacks doces, 31,4% começaram “a petiscar mais frequentemente”, enquanto 29,7% aumentaram o consumo de fruta e 21% de hortícolas.

“Alguns destes comportamentos, associados ao aumento dos níveis de sedentarismo, podem explicar a percepção de peso aumentado durante este período (26,4% da amostra)”, salientam os autores do estudo.

Algumas alterações no comportamento alimentar parecem ter acontecido de modo agregado, tendo-se identificado um padrão alimentar menos saudável, caracterizado pelo aumento do consumo de snacks salgados, refeições pré-preparadas, refrigerantes e take-away e, por oposição, por uma diminuição do consumo de fruta e hortícolas.

Este padrão de comportamento alimentar foi mais comum nos inquiridos mais jovens, do sexo masculino, com mais dificuldades financeiras e em risco de insegurança alimentar.

ACTIVIDADE FÍSICA

Relativamente à prática de actividade física, 60,9% reportaram níveis baixos, 22,6% disseram ser moderadamente activos e 16,5% relatam níveis elevados.

O estudo adverte que a prevalência de pessoas com níveis baixos de actividade física praticamente duplicou quando comparada com estudos populacionais anteriores.

Durante o confinamento, 53,6% dos inquiridos percepciona ter diminuído a prática de actividade física, 28% afirma ter mantido e 18,5% aumentado.

“A duração do tempo em situação de confinamento parece ter também um efeito particular na prática: Nas mulheres observa-se uma diminuição da prática de actividade física naquelas que estão há mais tempo em confinamento. A tendência parece ser a oposta para os homens”, sublinha o estudo.

A saúde (60,9%), gestão do stress (55,1%) e a prática estratégica para evitar ganho de peso (35,1%) são os motivos mais apontados para fazer exercício.

Entre as principais actividades praticadas, destacam-se a caminhada (32,3%), actividades de fitness (25,4%), treino de força (18%) e a corrida (14,1%).

O estudo revela que os homens praticam mais treino de força e corrida e as mulheres mais actividades de fitness. Quanto à actividade física não estruturada, 70% referem tarefas domésticas e 50% subir/descer escadas, um comportamento que não era a escolha habitual.

Relativamente ao tempo que passam sentados, reclinados ou deitados, 33% disseram passar três ou menos horas neste tipo de comportamento e 38,9% sete horas ou mais.

A maioria revela passar o tempo sedentário a ver televisão (70%), seguindo-se as actividades recreativas ao computador/tablet/telemóvel (60,6%), o tele-trabalho (36,5%) e a leitura de livros (31,4%).

Segundo o estudo, quase 80% procuraram informação sobre saúde e consideraram útil a publicada pela DGS.

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