A greve da CP que decorre há dois dias, sem serviços mínimos decretados, tornou-se um assunto incontornável na campanha para as legislativas.
Luís Montenegro introduziu o tema ao considerar, esta quinta-feira, que existiram “influências políticas, partidárias e eleitorais” que não permitiram evitar a greve da CP e defendeu que pode ser necessário alterar a lei para equilibrar o direito à greve com outros direitos.
Em declarações aos jornalistas, durante uma iniciativa de campanha na Figueira da Foz, o também primeiro-ministro comentou a greve na CP, que já vai no segundo dia sem serviços mínimos, e considerou-a “absolutamente injusta”, dizendo que o Executivo “fez tudo para a evitar”.
“A minha convicção e a convicção dos membros do Governo que intervieram nesse processo é de que, claramente, as influências políticas e partidárias e eleitorais acabaram por não evitar aquilo que era o desfecho normal de um processo de negociação”, disse.
Pedro Nuno Santos respondeu criticando a “incapacidade” do Governo de Luís Montenegro em travar a greve da CP. E acusa o ainda primeiro-ministro de “autoritarismo.
“Não tenho dúvidas de que revela autoritarismo e desrespeito pelos direitos dos trabalhadores”, disse o líder do PS
Na sua opinião, Luís Montenegro “só se pode queixar da incapacidade do Governo para impedir que esta greve acontecesse”, considerando que “isso só se faz com diálogo e não pela força, ou alterando a lei”.
Nem queria acreditar naquilo que ouvi. (…) Uma greve resolve-se com muito diálogo, como eu consegui resolver a greve dos motoristas de matérias perigosas. Isso exige diálogo, exige trabalho e não com ataques à democracia. O direito à greve é uma das maiores vitórias de Abril”, disse.
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Com TSF