INVESTIGAÇÃO

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Estudo da UMinho mostra que quatro em dez pessoas com Alzheimer sofrem de psicose

Um estudo do Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde (ICVS) da Escola de Medicina da Universidade do Minho conclui que 40% das pessoas com a doença de Alzheimer sofrem de psicose. Este transtorno mental leva a distorcer a perceção da realidade e conduz a um maior declínio cognitivo e um prognóstico mais negativo em quem tem Alzheimer, refere o artigo publicado na revista “Neurobiology of Aging”.

O trabalho liderado por Francisco Almeida e Tiago Gil Oliveira teve a parceria da Universidade de Washington (Seattle) e da Escola de Medicina Icahn (Nova Iorque), ambas nos EUA. Os cientistas avaliaram dados pós-morte de 178 pacientes, através de ressonâncias magnéticas feitas a estes ainda em vida. Verificou-se que as regiões do cérebro afetadas em quem tinha sintomas psicóticos eram o lobo temporal e a parte mais à direita do cérebro.

 

 

 

“O estudo alerta a comunidade científica para doentes de Alzheimer com psicose poderem ter um maior grau de patologia e de mortalidade”, frisa Francisco Almeida. Este contexto agressivo da doença exige assim terapias associadas, numa fase em que há uma grande probabilidade de ensaios clínicos na Europa neste âmbito passarem para a prática clínica. Entre os sintomas nestes casos estão delírios, como assaltos, e alucinações visuais ou auditivas, que podem ir e vir ao longo do tempo.

 

 

 

A psicose no contexto de Alzheimer pode surgir numa fase precoce ou mais avançada. A equipa do ICVS quer agora compreender o nível molecular das regiões do cérebro afetadas, para desenvolver terapias dirigidas e conferir resistência ao cérebro destes doentes. Outro objetivo é identificar pacientes com uma resposta menos eficaz às terapias propostas e procurar caminhos adicionais.

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