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Exercer o papel de pai ou de mãe deve preocupar-nos?

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Artigo de Beatriz Santos, Presidente da CPCJ de Vila Verde.

 

A parentalidade deve ser uma preocupação, tal como muitos outros papéis sociais. Todos entendemos que ninguém poderá ser médico se não tiver formação para o exercício dessa mesma função. Mas, será que nos preocupamos com o facto de sermos pais ou mães quando a forma como exercemos este exercício vai ser determinante para a participação e a autonomia da criança, a sua saúde, o seu bem-estar social e emocional de acordo com as suas características e idade?

O apoio a uma parentalidade responsável e positiva faz sentido nas sociedades atuais. Não me refiro a um estilo de vida nem tão-pouco a uma moda. Trata-se de promover a relação entre pais e filhos com base no respeito mútuo e, porque esse respeito existe, a educação da criança é feita de forma altamente construtiva. Trata-se de trabalharmos a empatia (colocarmo-nos no “papel” dos nossos filhos); de colocar-lhes limites sem gritar ou ameaçar; de compreender a natureza dos nossos filhos, percebendo do que é que cada um precisa; de respeitar os seus sentimentos; de sermos claros e concretos no que dizemos; de sermos firmes e consistentes, dando o exemplo; de usar com a criança um discurso positivo; entre outras estratégias.

Modificam-se atitudes e comportamentos nas práticas parentais, através da implementação de vários programas, destinados a pais com filhos de diferentes níveis etários, cuja evidência científica demonstra forte correlação entre práticas parentais na primeira infância e inúmeros resultados socio-emocionais posteriores. Há evidências do aumento da autoconfiança e autoestima das famílias, do seu bem-estar e qualidade de vida e da alteração de práticas educativas disruptivas.

Este trabalho com os pais e as mães, que visa a sua capacitação e empoderamento, ao permitir-lhes identificar as suas potencialidades e assim potenciar os processos de mudança, em que são agentes, aumenta o seu compromisso, implicação e envolvimento. Os programas existentes procuram integrar as diferentes experiências parentais, libertando-as de sentimentos de culpa, frustração, dependência ou incompetência parental. A informação não se centra no “deve ser” ou em técnicas específicas de controlo do comportamento dos filhos. Pelo contrário, ao partir do vivido no quotidiano familiar, facilita-se a reflexão e análise das crenças das figuras parentais, favorecendo a criação de compromissos para a mudança. Os pais sentem-se valorizados por ser tida em conta a sua opinião, e experimentam-se enquanto agentes ativos e impulsionadores das suas próprias mudanças.

Dotar os pais e as mães de novas estratégias de intervenção, de modo que se sintam mais capazes de gerar um bom ambiente familiar nas suas casas, minimizando conflitos na família e extrafamiliares de se assumirem como agentes educativos e modelos de referência para os filhos é cada vez mais uma pretensão. Já vai sendo comum falarmos em educação parental. Já são muitos os pais e mães a pretender apoio nessa função. Pretendem recursos para o desenvolvimento harmonioso dos seus filhos, porque entendem que estes, se educados com recurso a uma Parentalidade Positiva, serão crianças que percebem e integram os limites que existem na sua vida, porque perceberam o interesse dessas mesmas regras e não precisam do pai ou da mãe ao lado para as executar. Serão crianças disciplinadas, porque foram incentivadas a pensar, a escutar-se e a escutar os outros, porque elas próprias foram escutadas.

A capacitação e a especialização de técnicos para a promoção de uma parentalidade mais protetora, qualificando a intervenção junto das famílias na prevenção das situações de risco e ou de perigo e na criação de adultos mais íntegros, saudáveis e felizes, vai ser uma realidade para breve em Vila Verde. Esteja atento!

Para mais informação consulte o plano local de promoção e proteção dos direitos das crianças e dos jovens, no nosso VAI, em http://www.cm-vilaverde.pt/web/juventude/protecao-de-criancas-e-jovens 

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