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Fátima, sempre foi, já é e será sempre mais (82). A Imagem Peregrina por terras de França           

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Por Salvador de Sousa

França também é um país com fortes raízes da devoção a Nossa Senhora, fácil de comprovar pelos templos dedicados à Mãe de Deus, construídos ao longo dos séculos e pelo título de Nação «Filha primogénita da Igreja». Desde Reims, seu batismo, até Lurdes, França tem uma história com uma forte entrega à Virgem Santíssima que remonta aos Druidas, pagãos das Gálias, pessoas influentes da época, que construíram templos e altares dedicados à futura Mãe de Deus, confiantes numa Virgem que ia dar à luz “Virgini Pariturae”, até às grandes catedrais de Notre-Dame de Reims, sendo escolhida para a celebração da coroação dos reis franceses. Outras famosas catedrais, ainda mais antigas, foram consagradas a Nossa Senhora como, por exemplo, Notre-Dame de Paris (1163-1345), rodeada pelas águas do rio Sena; Notre Dame de Puy; Notre-Dame de Metz, de Strasbourg, de Bologne, de Chartres e muitas outras construções marianas que demonstram a devoção da França à Virgem Senhora.

Grandes e muito piedosas romagens «Grand Retour», ao longo dos tempos, têm sido realizadas com a Imagem de Notre-Dame de Bologne pelas várias regiões francesas, não sendo, por isso, estranho que a autoridade eclesiástica local pusesse uma certa reserva à “ideia da peregrinação de Nossa Senhora de Fátima ainda ali pouco conhecida.” Apesar de tudo isso, a Imagem Peregrina de Fátima é acolhida, com muito fervor e entusiasmo, pelo povo em massa que arrastou de imediato o clero, mormente os Prelados entusiasmados com os prodígios e maravilhas presenciadas.

Em determinada altura da peregrinação a Imagem de Fátima foi levada a um hospital em Labenne onde se encontrava uma jovem jocista (juventude operária católica), surda e muda, “vítima de meningite tuberculosa e peritonite”, moribunda, que ao ver a Imagem, fixa-lhe o olhar, e, numa ação prodigiosa, diz-Lhe: «Ó Mãezinha, estás aí? Vieste-me ver?! Como és bela! Estou tão contente! Tu és tão boa, Mãezinha, curas todos os doentes…Bem sabes que nâo posso dizer-Te tudo quanto desejo, mas…concede-me a graça de sofrer pela conversão dos pecadores.» Reza com muita dificuldade a Ave-Maria, mas, vendo a Virgem Peregrina de Fátima a afastar-se, senta-se na cama e despede-se: «Mãezinha, vais-Te embora? Em breve, estarei no céu junto de Ti e trabalharemos juntas pela conversão dos pecadores.»

Em Lurdes, Nossa Senhora apareceu, deixando uma mensagem ao mundo materialista do século XIX como que a provar o infindável poder do sobrenatural, numa altura em que a ciência se estava a tornar a soberana do mundo e os profetas ocasionais difundiam a queda absoluta de tudo o que fosse sobrenatural. Em Fátima, no século XX, a Virgem Santíssima traz uma mensagem de ternura, de amor, de salvação, de paz, de conversão. Um aviso e uma solução a uma parte da humanidade esquecida das coisas de Deus, levada pela ofuscação da fé, do anticlericalismo crescente, recordando a força da Oração e da Penitência como remédio para se poder combater esse turbilhão social.

Quando a Imagem Peregrina entrou em Lurdes, foi recebida por uma multidão que dava as boas-vindas à Mãe, Senhora de Fátima, estando, por acaso, uma peregrinação de portugueses que vinha de Roma para assistir à canonização do Mártir S. João de Brito pelo Papa Pio XII, em 22 de junho de 1947, saudando, naquele lugar mariano, a Senhora da Cova da Iria.

Ao percorrer várias aldeias, numa delas vivia o General Leclerc, herói da guerra mundial, deixando um cartão aos pés de Maria Santíssima que dizia: «O General Leclerc compromete-se a rezar o terço todos os dias.» Vários casos milagrosos aconteceram neste périplo da Imagem de Fátima, sobretudo conversões e curas. Vou terminar com este exemplo: «Padre, ouça-me, por favor. Sou um infeliz. Lutei na guerra de 1914… Alistei-me no exército de África em 1926. Tomei parte de renhidos combates…Regressei novamente a França para tomar parte na guerra mundial. Matei, roubei, blasfemei e… do resto nem é bom falar. Na minha vida nunca fiz o bem! Sou um desgraçado, um grande criminoso!» Encontrando-se num café e, ao passar a Virgem de Fátima, fez questão de segui-La até à Igreja, ficando ali longas horas a rezar. Abeirou-se do sacerdote, dizendo-lhe: Nossa Senhora converteu-me. Foi ouvido em confissão e, logo a seguir, aquele velho soldado recebia a sagrada Comunhão “com o coração cheio de alegria sob o olhar carinhoso da Imagem de Maria.”

Principal fonte destas crónicas: “Fátima Altar do Mundo”, 3 volumes, sob a direção literária do Dr. João Ameal da Academia Portuguesa da História…

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