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Fernando Feitor desvincula-se do Chega e passa a ser vereador independente em Vila Verde

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O vereador da Câmara de Vila Verde Fernando Silva (Feitor) acaba de anunciar a sua desvinculação do partido Chega, “com tristeza e profundo desencanto”, garantindo que passará a desempenhar funções como independente.

“É com tristeza e profundo desencanto que vos anuncio a minha ponderada decisão de abandonar a militância no partido Chega, deixando, consequentemente, de representar o partido Chega na vereação da Câmara Municipal de Vila Verde, passando a desempenhar funções como vereador independente”, refere.

Numa “carta aberta aos vilaverdenses”, Fernando Silva sublinha que esta decisão “não é uma surpresa” para aqueles que têm seguido o seu percurso autárquico, acusando o partido, quer nacional, quer distrital, de nunca ter dado o “devido apoio e reconhecimento” ao trabalho realizado em Vila Verde.

“São verdadeiros agentes de perseguição, qual braço armado do poder, que suspendem, exoneram e expulsam aqueles que se atrevem a discordar das estruturas do partido, sem sequer cumprir com as mais elementares normas do Estado de Direito, motivo pelo qual inclusivamente a primeira foi extinta decorrente de acórdão do Tribunal Constitucional”, diz.

Fernando Silva lembra que dos 19 vereadores eleitos pelo Chega nas últimas Eleições Autárquicas, restam 10, porque nove – contando consigo – já “bateram com a porta”.

“Tenho de ser coerente com os meus princípios e valores, não posso continuar num partido onde não há liberdade de participação, não há pluralidade, num partido que clama por democracia mas que internamente a abafa e se transformou num culto ao líder nunca antes visto em democracia”, acrescenta, deixando críticas a André Ventura.

“Peço perdão a todos que agreguei neste projecto e que, através de mim, acreditaram em André Ventura e no Chega, pois infelizmente o mesmo deixou de reflectir aquilo que defendo. Deixo um enorme agradecimento a todos os que me apoiaram e estiveram comigo até ao fim deste ciclo”, considera.

CONTINUA EM FUNÇÕES

Fernando Silva garante que não deixará as funções de vereador na Câmara de Vila Verde, prometendo levar o mandato até ao fim e dar o seu melhor em prol do concelho.

“Sou do povo, não sou político profissional, não vergo ao politicamente correcto, sou assertivo e transparente, e por isso granjeei ódios de estimação e uma perseguição política e pessoal. Nunca deixei nada a meio, continuem a contar comigo, pois não vos abandono, não vos viro as costas como a mim me viraram”, garante.

Texto na íntegra:

“É com tristeza e profundo desencanto que vos anuncio a minha ponderada decisão de abandonar a militância no Partido Chega, deixando, consequentemente, de representar o Partido Chega na Vereação da Câmara Municipal de Vila Verde, passando a desempenhar funções como Vereador Independente.

Esta decisão não é uma surpresa para aqueles que me conhecem e que têm seguido o meu percurso autárquico. Como é do conhecimento público, a Concelhia do Partido Chega em Vila Verde, com a equipa por mim liderada, foi uma das que mais trabalhou no nosso Distrito e em todo o Norte, não sendo por acaso que elegeu o único Vereador acima do Mondego, além de quatro Membros à Assembleia Municipal e mais três eleitos em Assembleias de Freguesia, num total de oito autarcas.

Não obstante, com mágoa, nunca recebemos do Partido, quer nacional quer distrital, o devido apoio e reconhecimento. Nada do que nos foi prometido foi cumprido. Com o tempo, descobri que a famosa Comissão de Ética e o Conselho de Jurisdição Nacional existem aparentemente apenas para proteger a elite do Partido.

São verdadeiros agentes de perseguição, qual braço armado do poder, que suspendem, exoneram e expulsam aqueles que se atrevem a discordar das estruturas do Partido, sem sequer cumprir com as mais elementares normas do Estado Direito, motivo pelo qual inclusivamente a primeira foi extinta decorrente de Acórdão do Tribunal Constitucional.

Também me bati pela eleição das concelhias, o que me foi prometido para início do ano passado e nunca sucedeu, outro atropelo gigante à Democracia, e que apenas serve para manter uma rede de clientelas que em nada interessa à população, mas sim ao próprio Partido.

Quatro chumbos do Tribunal Constitucional, oito Vereadores e dezenas de outros autarcas já bateram com a porta, hoje sai o nono Vereador, dos dezanove eleitos restam dez, e ainda só estamos a meio do mandato. Tenho de ser coerente com os meus princípios e valores, não posso continuar num Partido onde não há liberdade de participação, não há pluralidade, num partido que clama por democracia mas que internamente a abafa e se transformou num culto ao líder nunca antes visto em democracia.

Os militantes de base não servem só para pagar quotas, devem ter direito de participar activamente em todos os actos internos do partido. Um Partido que não cuida do seus autarcas, assim como cuida dos seus Deputados, esquece-se que são os autarcas que mais próximos estão das pessoas no terreno, são a base do partido e estes saindo a pirâmide desaba.

Peço perdão a todos que agreguei neste projecto e que, através de mim, acreditaram em André Ventura e no Chega, pois infelizmente o mesmo deixou de reflectir aquilo que defendo. Deixo um enorme agradecimento a todos os que me apoiaram e estiveram comigo até ao fim deste ciclo.

Em minha opinião, não é necessário ser político para tentar mudar ou fazer ouvir a voz do cidadão comum, quando sentimos que os nossos direitos e liberdades estão a ser violados. E eu sempre me bati pela democracia, pela legalidade, pela justiça.

Sou do povo, não sou político profissional, não vergo ao politicamente correcto, sou assertivo e transparente, e por isso granjeei ódios de estimação e uma perseguição política e pessoal.

Nunca deixei nada a meio, continuem a contar comigo, pois não vos abandono, não vos viro as costas como a mim me viraram.

Tenho um forte compromisso de trabalho para com esta terra de que tanto gosto e que com empenho defendo.

Por mim, pelo compromisso que assumi e em defesa da minha honra, por todos vós e pelo nosso lindo Concelho, passo a Independente, mas levarei este mandato até ao fim, continuando a dar o meu melhor por Vila Verde”.

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