TRADIÇÕES (Minho)

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Hóstia com marmelada ‘especial’. Assim são os tradicionais ‘charutos’ da Póvoa de Lanhoso que a câmara quer certificar

Pela Póvoa de Lanhoso, na freguesia de Fontarcada, no lugar de Simães, são fabricados os charutos. Sendo uma das imagens de marca da terra, são agora certificados. O presidente da Câmara, Frederico Castro, garante que não há como explicar, «só provando».


São feitos «com uma receita de geração e geração» e «segredos» à mistura.

«São ótimos, feitos de hóstia e uma marmelada diferente, tem ali algo especial e mágico que não sei identificar», descreve. O resultado é «um doce tradicional único», vinca.

«Entendemos que estava na hora de certificar para proteger o produto, bem a sua produção», afirma.

BIFE À ROMARIA É OUTRA MARCA

O processo de certificação dos charutos «já está nos serviços administrativos» da Câmara Municipal, garante o autarca. Assim como o Bife à Romaria.

A iguaria, servida de 1 a 3 de setembro durante a romaria a Nossa Senhora de Porto d’Ave, também conhecida como Romaria dos Bifes e dos Melões, é outro prato identitário.

«Mas, até hoje, não passaram muito disso», lamenta o presidente. «Achamos que tem história e importância que merece uma atenção especial e trabalhada», refere.

«Um bife de cebolada é uma coisa, um Bife de Romaria é diferente», garante. A carne, maior que o prato, é «da terra», servida com «batatas da terra» e acompanhada «por vinho da terra e produzido por gente da terra», enumera Frederico Castro. «É tudo da terra», sublinha.

NEM SÓ DE GASTRONOMIA SE FAZ A  ‘TERRA DA MARIA DA FONTE’

Ao falar de símbolos locais, Frederico Castro não pode deixar o nome Maria da Fonte. O castelo, a filigrana e, «sobretudo», a história da Maria da Fonte, são as marcas diferenciadoras da Póvoa de Lanhoso, destaca.

No entanto, a mulher destaca-se. A sua história de luta «é única». Isto porque o Castelo da Póvoa de Lanhoso, embora «o mais bonito e o melhor de Portugal», há muitos, brinca. A filigrana, criada na Póvoa de Lanhoso, é tripartida com «Viana do Castelo, a montra e Gondomar que é o concelho que industrializou a filigrana», refere.

A Maria da Fonte é só da Póvoa de Lanhoso. «Desde 2021, temos desenvolvido estratégia para promover a sua imagem e história, alavancando uma série de iniciativas em torno dela e da forma singular como o seu papel pode contribuir para a imagem da Póvoa de Lanhoso», afirma o presidente.

Para o mesmo, a Maria da Fonte representa bem o povo lanhosense. «A Maria da Fonte foi uma mulher de armas, nós também, de convicções, nós também, é toda a história de uma comunidade», assegura.

«Num tempo em que se fala, e muito bem, da importância da mulher, isso na Póvoa de Lanhoso não é agora, é de sempre, desde que a Maria da Fonte liderou o movimentos contra os cabrais», recorda.

ovilaverdense@gmail.com

 

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