Por Ariana Rocha
Elemento da CPCJ de Vila Verde
A comunicação familiar é o elo que sustenta a família. É nesta que ocorre o desenvolvimento moral das crianças, se apreendem e internalizam regras de convivência social e se estabelecem os primeiros laços afetivos. É fundamental para promover o estabelecimento de relações positivas e satisfatórias, tendo um efeito direto na capacidade de as crianças conseguirem expressar as suas emoções, sentimentos e preocupações.
Os conflitos e problemas familiares surgem de uma comunicação ineficaz ou da falta desta, o que tende a cultivar a disfuncionalidade. Derivam inúmeras implicações para o desenvolvimento das crianças, especialmente no seu funcionamento social e interpessoal.
É importante ter consciência daquilo que não está bem e ser um agente ativo na mudança, colmatando o eventual impacto nas crianças. Devemos ser assertivos na forma como comunicamos, o que implica ter a capacidade de expressar os sentimentos, ideias e opiniões, defendendo os direitos, mas não ultrapassando os limites do outro.
Existem algumas estratégias a adotar para garantir um ambiente familiar harmonioso e saudável. Os pais devem saber escutar e validar o que é dito e experienciado, optando pela tolerância. Devem evitar promover a infantilização e a adultificação da criança ou jovem, exibindo ainda congruência entre a comunicação verbal e não verbal. Os familiares devem dosear a crítica. Na comunicação deve ser prezado o respeito e a honestidade. A prioridade deve ser fomentar momentos positivos e prazerosos, onde se esclarecem as dúvidas e resolvem os problemas. Por último, demonstrar carinho e sensibilidade.
As crianças são o espelho da família com que se desenvolvem. A forma como comunicam não é restrita ao seio familiar, expande-se à vida em sociedade. Assim, os pais devem procurar ser um modelo não só nas competências de comunicação dos seus filhos, mas em todos os domínios da vida. O propósito deve ser educar as crianças com o pensamento de que se está a construir os cidadãos do futuro.
