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Misericórdias do Alto Minho querem unidade de retaguarda para utentes infectados

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As 10 Misericórdias do distrito de Viana do Castelo defenderam a criação de uma unidade de retaguarda para utentes de Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas (ERPI) com covid-19 para “bloquear” a propagação do novo coronavírus.

A proposta consta de um comunicado enviado à agência Lusa pelo secretariado regional da União das Misericórdias Portuguesas (UMP). No distrito de Viana do Castelo existem 10 misericórdias, uma em cada concelho.

Contactado pela Lusa, o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Arcos de Valdevez, que é também presidente do conselho nacional da UMP, Francisco Araújo, disse ter sido solicitado ao presidente da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho a marcação de uma reunião para discutir a proposta das Misericórdias.

“Para esse encontro solicitámos a presença da Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM), Comissão Distrital de Protecção Civil de Viana do Castelo, Segurança Social e da representante distrital da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS)”, especificou Francisco Araújo.

No comunicado, o secretariado regional da UMP diz “estar mais que na hora das autoridades e das estruturas locais assumirem a responsabilidade que algo não vai bem e unirem esforços para resolver um problema de saúde pública”.

“Tal como anotámos, bem no início desta pandemia, a resposta tem de ser de base nacional, mas definida a nível local, dadas as especificidades e particularidades que cada região tem”, sustenta.

“Tal como propusemos em Março, e para que os mesmos erros do passado não sejam cometidos, propomos a criação de uma unidade distrital para utentes com covid-19, residentes em ERPI, que sejam assintomáticos ou pouco sintomáticos, para que rapidamente sejam retirados dessas estruturas e que, de forma mais eficaz, se consiga conter os possíveis surtos na região, focando-nos no essencial, a saúde pública”, reforça o secretariado regional da UMP.

No documento, lembra que “há sete meses alertou para a necessidade da criação dessa unidade distrital” e que actualmente a região está “exactamente no mesmo ponto que em Março”.

“Uma ERPI, sem pessoal diferenciado 24 horas por dia, algumas sem condições físicas para manter isolamentos para casos positivos ou profiláticos, não está em condições para bloquear a propagação do vírus”, frisam.

Segundo aquele organismo, “a leitura crítica dos surtos em todas as ERPI é espelho desta reflexão”.

“Onde se verifica maior número de idosos infectados é onde se verifica maior número de profissionais infectados. Isto é muito fruto da falta de pessoal diferenciado 24 horas por dia, nomeadamente pessoal de enfermagem, o que espelha a realidade da grande maioria”, sustentam as 10 misericórdias.

Acrescenta que as ERPI “são estruturas residenciais não concebidas para serem unidades de saúde” e comparam os surtos registados nessas estruturas com os da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI).

“Essas sim são unidades de saúde, que detêm recursos humanos diferenciados em toda a extensão e durante 24 horas por dia. Trata-se, por si só, de uma realidade totalmente distinta, mas volvidos sete meses a própria Autoridade de Saúde continua a debitar normas de orientação clínica, colocando no mesmo saco ERPI e RNCCI, o que demonstra uma ausência cabal de um plano estruturado para combater esta pandemia neste tipo de estruturas”, argumenta.

Em Abril, além das estruturas criadas pelos 10 municípios do distrito de Viana do Castelo no âmbito dos seus planos de contingência, foi instalado um centro de acolhimento temporário na Pousada da Juventude de Viana do Castelo destinado ao covid-19, entretanto desactivado sem ter recebido infectados. Tinha capacidade para acolher até 50 pessoas.

No mesmo mês, também em Viana do Castelo, foi criada no centro cultural da cidade uma unidade de saúde de retaguarda, com 200 camas, para receber idosos infectados com o coronavírus, evitando a sua permanência em lares, num investimento de 16 mil euros.

O espaço não chegou a ser utilizado para aquele fim, mas acolheu no período crítico dos incêndios bombeiros de várias corporações do país que auxiliaram no combate aos fogos que assolaram a região.

A sua desactivação esteve prevista para o final deste mês, mas a ULSAM e a Câmara local decidiram a sua continuidade, até 30 de Novembro, devido à evolução da doença.

Também em Abril, a Liga dos Amigos do Hospital de Viana do Castelo (LAHSL), em parceria com a diocese local, montou no pavilhão gimnodesportivo do seminário diocesano uma enfermaria com 50 camas, para receber doentes de covid-19. Foi desmontada em Setembro sem ter sido utilizada.

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