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Não vale tudo pelo clima

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Por Luís Sousa

Vivemos tempos conturbados onde parece que os extremismos tomaram conta do nosso dia a dia. O oito ou o oitenta virou moda. A moderação, nas palavras e nos atos, tornou-se coisa do passado e tem cada vez menos espaço nos media, nas redes e nos palcos mediáticos, cedendo tempo de antena àqueles que, por gritarem mais alto, fazem-se ouvir com mais pujança.

Nas últimas semanas, vimos governantes serem agredidos com tinta, em atos violentos e desrespeitosos, fundamentados pela luta em prol do clima. O Ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, até foi permissivo, abdicando, a meu ver erradamente, do direito a apresentar queixa contra as ativistas. Estamos, assim, a dar o sinal errado de que tudo é permitido, desde que seja a lutar pelo clima.

Se queremos diminuir ou extinguir os comportamentos indesejados em sociedade, temos que implementar uma estratégia, inequívoca para acabar com eles. Fazer de conta que nada aconteceu, passar um pano pelo sucedido, só faz com que não se aprenda a lição. E, talvez por isso, semanas mais tarde, tocou ao Ministro das Finanças sofrer na pele a mesma sina. Nem o aumento do IUC o ilibou de tamanho fado!

Nada, nem mesmo a problemática das alterações climáticas, justifica a violência para com o próximo. Os ativistas que temos ouvido falar nos últimos tempos consideram terem direito a tudo fazerem, cortam estradas sem autorização, agridem ministros, destroem obras de arte, desobedecem à polícia, vandalizam empresas, diabolizam empresários.

Estão preocupados com o futuro do planeta, o que acho bem (eu também estou!), mas não se importam em destruir o nosso património, nomeadamente artístico. Nem Picasso escapou à fúria destes anarquistas que, no Centro Cultural de Belém, quase destruíram uma obra do pintor espanhol, não fosse a mesma estar revestida por um acrílico.

E ousam dizer que “democracia é isto mesmo”. Não, não é democracia! Isto são tentativas de instaurar a anarquia. O que tenho visto são ativistas barulhentos, que usam as mais diversas estratégias de propaganda para serem ouvidos e falados, hábeis na utilização das redes sociais, que vagueiam à boleia do clima para colocarem na agenda política os ideais em que acreditam, decretando o fim do capitalismo de mercado e apostando as fichas todas no decrescimento e na involução da sociedade que hoje conhecemos. Por eles, decretava-se o fim da globalização e desperdiçavam-se todos os ganhos sociais, políticos e económicos que a mesma nos trouxe.

Ser ativista começa a soar mais a cadastro do que a currículo. A palavra, em si, está a ganhar uma carga negativa demasiado grande que põe em causa a ação e os objetivos de qualquer ativista, seja de que área for. Ser ativista não pode ser uma via verde para semear o caos em sociedade. Lutar pelo futuro do planeta sim, mas com regras. Sem agressões, sem violência.

Como cidadão, lutarei sempre pela preservação do nosso planeta. Como pai, tentarei educar as minhas filhas para uma consciência ambiental responsável. Mas também tentarei educá-las no respeito pelo próximo. Não tenho dúvidas de que é possível conciliar as duas coisas.

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