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O Bullying devia ser uma preocupação de todos

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Por Rafael Gonçalves Fernandes
Criminólogo

O Bullying é uma prática altamente nociva, cada vez mais presente no quotidiano das escolas portuguesas. Este artigo visa essencialmente promover a consciencialização dos leitores em relação a esta prática, para que seja possível prevenir este comportamento e apoiar corretamente as vítimas.

O Bullying caracteriza-se por ser um comportamento violento contínuo entre colegas da mesma turma ou da mesma escola. Existe no mínimo dois intervenientes, o aluno agressor e a vítima, sendo que ocorre um desequilíbrio de poder entre ambos. O agressor geralmente é fisicamente mais forte e utiliza essa característica para exercer violência sobre a vítima. Segundo a literatura existente sobre o tema em apreço, pode-se afirmar que existem seis tipologias de bullying: físico, verbal, sexual, social, homofóbico e o cyberbullying.

Todas estas tipologias de bullying têm como objetivo humilhar, magoar, intimidar e assustar a vítima. Estes comportamentos violentos acontecem mais de uma vez e podem ser perpetuados por um ou mais alunos agressores, contra uma ou mais vítimas. Perante esta prática, a vítima deve ser alvo de grande preocupação, pois após passar por um episódio de bullying são várias as sequelas, como tristeza, humilhação, ansiedade, descer as notas nos testes, ficar com medo de ir à escola e consecutivamente arranjar desculpas para não ir. Além destes, podem surgir vários sintomas físicos, como dores de cabeça, pesadelos, perda de apetite e acordar durante a noite, entre outros.

De acordo com o Observatório Nacional do Bullying, criado em 2020, e conforme as suas estatísticas oficiais mais recentes, que remontam até ao final do ano de 2022, registaram-se cerca de 627 denúncias, das quais a média de idades das vítimas é de 13,7 anos, sendo sobretudo raparigas. Do lado oposto, surgem os agressores com média de 13,3 anos de idade, sendo na maioria rapazes. Numa grande parte dos casos, o bullying é praticado por mais do que uma pessoa, e os anos de escolaridade com mais ocorrências são entre o 5º e o 7º ano.

É importante haver um ambiente intolerante ao bullying, de forma a que o aluno agressor percecione que a sua prática é errada e que jamais poderá voltar a fazê-lo. Deve haver um esforço conjunto entre a comunidade escolar e a restante sociedade, no sentido de promover a sensibilização e consciencialização sobre o bullying, através de um reforço da supervisão de espaços de recreio, educação dos encarregados de educação e funcionários escolares a detetar comportamentos iniciais de vitimização, assim como, prestar um acompanhamento adequado às vítimas e agressores.

Todas as crianças e jovens devem saber quais são os mecanismos de denúncia. Além de comunicar a situação aos encarregados de educação, professores ou auxiliares, podem ainda contactar a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) – 707 200 077 e denunciar a situação no site do Observatório Nacional do Bullying.

Digamos todos: não ao bullying!

 

Fontes: Observatório Nacional do Bullying e Associação Portuguesa de Apoio à Vítima

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