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Plataforma de cidadãos acusa Câmara de Braga e Universidade do Minho de cumplicidade no “fachadismo” para a Fábrica Confiança

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A Plataforma Salvar a Confiança, grupo da sociedade civil que tem defendido a preservação e promovido a valorização da histórica Fábrica Confiança, está “preocupada com a informação veiculada pela imprensa sobre um possível projecto para uma nova residência universitária, que a Câmara Municipal de Braga (CMB) e a Universidade do Minho (UMinho) pretendem construir nesse espaço”.

“Tanto a CMB como a UMinho não apresentaram, até ao momento, qualquer iniciativa para promover a preservação museológica da Fábrica Confiança ou a divulgação da memória industrial da cidade, dando a entender, pelo contrário, que o edifício centenário poderá ficar reduzido às fachadas”, lamenta o organismo, em comunicado assinado por Luís Tarroso Gomes.

A Plataforma destaca que “a Câmara não ouviu a população ou grupos de cidadãos da freguesia de São Victor, nem pôs o programa e o projecto em consulta pública, como é expectável num investimento de 18 a 20 milhões de euros candidato a fundos europeus”.

Diz que “a instalação da residência é apresentada como um facto consumado, sem que tenham sido analisadas outras alternativas nas freguesias de São Victor ou de Gualtar para alojamento a preços controlados para estudantes”.

“Ao longo dos anos, têm sido anunciadas pela Autarquia as mais diferentes finalidades para os edifícios da Fábrica Confiança e da antiga escola Francisco Sanches, também situada na freguesia, o que torna evidente a falta de ponderação e de discussão transparente dos usos previstos para cada um destes edifícios”, argumenta.

E afirma: “Atenta a importância estratégica destas decisões, a Plataforma exige que os projectos para as antigas Fábrica Confiança e Escola Francisco Sanches sejam postos em discussão pública”.

PROMESSAS

E, prosseguindo, critica: “Depois da promessa de que a Fábrica Confiança seria um espaço cultural e cívico aberto a toda a população, argumento que esteve na base da sua expropriação, a autarquia de Braga chegou a anunciar que pretendia desistir do projecto e vendar o complexo da Confiança, por inexistência de financiamento. Chegados a 2021, tal questão parece ultrapassada com a perspectiva de financiamentos para um centro cultural na antiga escola Francisco Sanches e para uma residência universitária pública na Fábrica Confiança”.

“Porém, as funções apontadas para cada espaço surgem notoriamente trocadas. Pretende-se instalar centenas quartos numa fábrica Monumento de Interesse Público, com uma longa história de eventos culturais – destruindo as suas características únicas no concelho e retirando-a da esfera pública enquanto espaço desfrutável pelo público em geral”, sublinha.

E acrescenta: “Já o antigo Colégio da Torre (antiga escola Francisco Sanches) é agora apontado como um futuro centro cultural, quando durante décadas funcionou precisamente como residência estudantil, sendo o edifício composto por dezenas de pequenas salas que podem ser adaptadas a residência universitária. Além disso, enquanto a Fábrica Confiança tem cerca de 3500 metros quadrados de área bruta de construção, a antiga Escola Francisco Sanches dispõe de 7050 metros quadrados, ou seja, possui uma área construída e uma tipologia adequadas a uma residência universitária de grande dimensão”.

DESTRUIR DOIS MONUMENTOS

Na opinião da Plataforma, o presidente da Câmara, Ricardo Rio, “pretende, de uma só assentada, destruir a memória de dois edifícios históricos, fomentando práticas não-sustentáveis e mais caras de reabilitação. A racionalidade dita que os usos culturais e públicos são mais adequados a uma antiga Fábrica-monumento, enquanto a habitação para estudantes é mais apropriada a um antigo colégio que esteve dotado de alojamento estudantil”.

A Plataforma “acredita que cabe também à Universidade do Minho não colaborar com este atentado irreversível à memória e ao património sócio-arquitectónico da cidade”.

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