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Reclusos da cadeia de Braga ameaçam processar Estado por causa do “cheiro insuportável” das refeições

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Cerca de 80 reclusos do Estabelecimento Prisional de Braga admitem apresentar uma queixa contra o Estado por causa das refeições, que dizem ser mal confeccionadas e pouco variadas.

Em carta enviada esta quinta-feira ao Ministério da Justiça e à Direcção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP), os reclusos dizem que são servidas “sobras” dos dias anteriores, aludem ao “cheiro quase insuportável” do arroz que é servido em quase todos os jantares com peixe e queixam-se que as dietas vegetarianas não são acompanhadas de uma proteína ou substituto de carne ou peixe.

Alegam que as refeições que ali são servidas representam “um absoluto desrespeito e uma violação” dos direitos dos reclusos.

Na queixa, que seguiu para o ministério e para a DGRSP pela mão do advogado Pedro Miguel Carvalho, os reclusos exigem uma “boa e rápida resolução” do assunto.

Contactada pela Lusa, a DGRSP refere que as refeições servidas no Estabelecimento Prisional de Braga são preparadas e servidas por empresa contratualizada para o efeito e que também serve refeições a outros estabelecimentos prisionais.

“As ementas, a quantidade, a composição e a diversidade das refeições estão previstas em contrato e são supervisionadas por nutricionista, sendo que as refeições, antes de serem servidas, são sempre objecto de prova pela direcção e chefia de cada estabelecimento prisional, o que também se aplica, naturalmente, ao de Braga”, acrescenta.

A DGRSP diz ainda que sempre que é detectada alguma desconformidade com o que se encontra contratualizado com as empresas, são accionados os mecanismos constantes dos contratos de fornecimento do serviço de refeições.

Também à Lusa, Pedro Miguel Carvalho referiu que “todos os cidadãos devem ser tratados com a mesma dignidade social, mesmo quando recluídos, e não devem ser sujeitos a tratamento ou condições degradantes”.

Alegou que aos reclusos deve ser assegurada, pelo Estado, uma alimentação “condigna, que assegure as respectivas necessidades a nível nutricional”.

O advogado aludiu às condições “precárias” das prisões portuguesas e à falta de resposta do sistema às necessidades de ressocialização dos reclusos.

“Em Portugal, os presos estão condenados a serem sempre e só presos. Peço, em nome destes reclusos, que o paradigma mude, e que em Portugal os presos sejam tratados com dignidade e que se invista na sua reintegração e ressocialização”, referiu.

Um tratamento que, disse ainda, deve começar pela alimentação e pelas condições higieno-sanitárias, “essenciais em qualquer circunstância e em particular quando o mundo é afetacdo por uma pandemia”.

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