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Somos felizes e não sabemos?

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Por Aires Fumega
(Membro da CPCJ Vila Verde)

Há bem poucos anos, fomos mergulhados numa fase de grande incerteza. O ano 2020 mostrou-nos a realidade de vivermos num mundo em pandemia.

Todas as outras crises pareciam coisas menores perante um cenário de doença e morte. Toda a tecnologia e ciência eram impotentes face ao problema. Desesperávamos há espera de uma vacina que poderia demorar anos a chegar e que não se saberia se iria chegar a tempo.

Fora vários os períodos de confinamento, decretou-se o fecho de lojas, restaurantes, ginásios, proibição de circular para fora do concelho e restrições várias à liberdade que até então vivíamos.

Era comum, as pessoas mostrarem nas redes sociais, fotos de como era a vida até 2019. Não eram fotos de grandes conquistas ou compras. Eram apenas fotos de conjuntos de pessoas em ambiente familiar ou entre amigos. O comentário que muitas vezes víamos associado à publicação era: “Eramos felizes e não sabíamos”. Isto porque sempre houve problemas antes da pandemia, havia muitas crises, mas nenhuma nos tinha privado da nossa liberdade. Era como de repente a maioria da população experimentasse o que é viver em prisão domiciliaria.

Este estado fez-nos refletir sobre pequenas coisas como dar um passeio na rua, passear pela natureza, visitar os familiares e amigos.  Coisas que apesar gratuitas nos faziam sentir felizes. Essa retrospeção iria fazer de nós melhores pessoas.

Só que não…

O tempo passou e novas crises foram aparecendo. Tomaram conta do nosso ânimo e o saudosismo pelo passado voltou.

Mas, nós adultos, temos a responsabilidade de proporcionar às crianças, aquelas pequenas coisas que constituirão as suas boas lembranças, no futuro. Sejam elas saídas para pequenos ou grandes passeios, seja a nossa presença assistindo as séries que eles gostam de assistir, jogar com eles os seus jogos ou acompanhando os trabalhos para casa, que trazem da escola. Temos a responsabilidade de fazer parte presente nas suas memórias.

O nosso tempo, está mais que provado, é aquilo que de melhor podemos reservar aos outros, em especial às crianças. As crianças não precisam de muito para experienciar a felicidade. Precisam de ser ouvidas e acompanhadas nas suas brincadeiras. Precisam de ajuda para aguçarem ainda mais a sua curiosidade natural.

É essa a nossa responsabilidade, enquanto adultos e educadores. Deixemo-mos de criar desculpas para alimentar a nossa eterna inércia. O período de infância de uma criança é demasiado curto para o contaminarmos com os novos problemas, que surgem todas as semanas e que invariavelmente serão substituídos por outros, nos telejornais.

Saibamos saber ser felizes!

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