JUSTIÇA -

JUSTIÇA - -

Tribunal de Braga aceita providência cautelar para travar venda da Confiança

Share on facebook
Share on twitter

TÓPICOS

Share on facebook
Share on twitter

TÓPICOS

O Tribunal Administrativo e Fiscal de Braga aceitou uma providência cautelar interposta por um grupo de cidadãos “para travar” a hasta pública da antiga saboaria Confiança, informou esta terça-feira a plataforma criada para “salvar” o imóvel.

Em declarações à Lusa, um dos membros da Plataforma Salvar a Confiança, Claudia Sil, considerou que a aceitação daquela medida judicial é “uma batalha ganha”, mas salientou que “o caminho ainda vai ser longo” para conseguir impedir que a autarquia de Braga venda a antiga fábrica de sabonetes, que tem como preço base 3,8 milhões de euros.

A hasta pública da antiga saboaria Confiança está marcada para o dia 20.

CRÓNICA ANUNCIADA

O presidente da autarquia, Ricardo Rio, confrontado com aquela decisão judicial, disse não estar surpreendido e que esta é “uma crónica de uma providência anunciada”, reforçando a intenção da câmara em alienar o imóvel.

A maioria PSD/CDS-PP/PPM no executivo e na Assembleia Municipal votaram pela venda do imóvel, expropriado em 2012, ainda sob a égide do socialista Mesquita Machado), e para a qual o município chegou a promover um concurso de ideias.

FALTA DE FUNDOS

O presidente da autarquia, Ricardo Rio, justificou a venda da Confiança com a falta de “fundos próprios e europeus” para reabilitar o edifício, considerando que a conservação do legado da saboaria “pode ser feita por privados, até porque o caderno de encargos da venda é rigoroso nesse sentido”.

“Esta é uma batalha ganha, mas não acaba aqui. Para já conseguimos que a hasta pública não se realize, mas ainda há todo um processo pela frente. Vamos aguardar a resposta da câmara ao tribunal, tem 10 dias para o fazer”, explicou Claudia Sil.

A representante disse que a Plataforma, que agrega 18 associações culturais e sociais de Braga, tinha como “via preferida” a do diálogo com a autarquia, “mas não foi possível.

Ricardo Rio adiantou ainda à Lusa que a autarquia “ainda não foi notificada” pelo Tribunal e Fiscal de Braga sobre a referida providência.

“Mas, apesar disso, não estou surpreendido. É, alias, a crónica de uma providência anunciada”, disse.

O autarca garantiu, no entanto, “que a venda da Confiança é uma opção política e que será isso que o município vai explicar ao tribunal”.

A Saboaria e Perfumaria Confiança foi fundada na cidade de Braga, em 1894, tendo funcionado até 2005 e, segundo os defensores do edifício, “é o último edifício que testemunha o processo de industrialização da cidade de Braga dos finais do século XIX e inícios do século XX”.

A Plataforma Salvar a Confiança salientou ainda que, “além da questão patrimonial, a Fábrica Confiança situa-se no local da Via XVII – estrada do período romano entre Bracara Augusta – Asturica Augusta – e na freguesia de S. Victor com 31 mil habitantes onde não existe qualquer equipamento cultural municipal”.

Share on facebook
Partilhe este artigo no Facebook
Share on twitter
Twitter
COMENTÁRIOS
OUTRAS NOTÍCIAS

PUBLICIDADE

Acesso exclusivo por
um preço único

Assine por apenas
3€ / mês

* Acesso a notícias premium e jornal digital por apenas 36€ / ano.