Foram detidos em flagrante dois portugueses, entre os 28 e 35 anos, numa operação internacional que descobriu uma plataforma online de pornongrafia infantil. Esta contava com mais de 1,8 milhões de utilizadores em todo o mundo.
«Em Portugal, a Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e Criminalidade Técnológica (UNC3T) da PJ deteve, em flagrante delito, dois cidadãos, de 28 e 35 anos, ao que tudo indica sem antecedentes criminais», aponta a Polícia Judiciária (PJ), em comunicado.
Assim, as autoridades classificam esta como a «maior operação internacional jamais realizada, sob a égide da Europol, de combate ao abuso e exploração sexual infantil, que levou ao encerramento do Kidflix, uma das maiores plataformas de partilha de conteúdos de pornografia de menores e à detenção de 79 suspeitos, dois deles em Portugal».
Segundo a PJ, foi possível «recolher relevantes elementos de prova, nomeadamente equipamentos informáticos com conteúdos de abuso e exploração sexual de crianças».
Um dos suspeitos está sujeito a prisão preventiva, depois de ter sido presente às autoridades.
A operação, intitulada de “Stream”, teve lugar de 10 a 23 de março, levando à identificação de 1.393 suspeitos e à apreensão de mais de três mil dispositivos eletrónicos.
Ainda, 39 crianças foram «resgatadas da situação de abuso e exploração sexual», acrescenta a PJ.
«O Kidflix foi criado em 2021 e rapidamente tornou-se uma das plataformas mais populares deste tipo de conteúdos. Entre abril de 2022 e março de 2025, cerca de 1,8 milhões de utilizadores aderiram a esta plataforma, resultando na partilha de 91 mil vídeos, compatíveis com conteúdos de abuso e exploração sexual de crianças, correspondendo a cerca de 6.288 horas de reprodução contínua», descrevem as autoridades.
A ação foi liderada pela Polícia Criminal do Estado da Baviera (Bayerisches Landeskriminalamt) e pelo Gabinete Central para o Cibercrime da Baviera (ZCB), com a participação de 35 países.
«A PJ reafirma o seu compromisso inabalável na luta contra o abuso e exploração sexual de crianças, colaborando em estreita articulação com as suas congéneres internacionais por forma a garantir a proteção das vitimas e a responsabilização dos criminosos», terminam as autoridades.
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