Em termos duros, Associação Empresarial do Minho (AEMinho) avisa o Governo que as empresas prescindem de políticas que sejam “mera maquilhagem político-económica” para fazer à “ameaça gravíssima” que representa o aumento dos preços da energia e dos combustíveis para o tecido empresarial.
Lembrando, esta quinta-feira a AEMinho em comunicado, que o preço do Kwh subiu 400% entre Junho de 2021 e Fevereiro passado, a associação afirma que este aumento, além de “uma ameaça gravíssima ao tecido empresarial português”, põe causa “não só a sustentabilidade de muitos negócios e empresas, como também a estabilidade de preços e a consequente perda de competitividade das empresas portuguesas”.
“Se adicionarmos a isto a oscilação imprevisível dos preços dos combustíveis, percebemos que o cerco energético ao sistema produtivo nacional é grave, preocupante, com consequências imprevisíveis e cuja dimensão poderá ter enorme impacto económico e social”, alerta a AEMinho.
Em termos duros, a associação, presidida pelo empresário Ricardo Costa, avisa António Costa que “este é o tempo de termos acções concretas e estruturadas ao nível governamental que não passem por mera maquilhagem político-económica”.
“As empresas não precisam de linhas de crédito para compensar estes aumentos, o endividamento também não gera por si só riqueza ou valor acrescentado e não é um elemento que seja fundamental no processo de posicionamento nos mercados em termos de competitividade. E se já não é per si, também não o é quando a linha de apoio criada oferece condições que se conseguem no mercado financeiro sem a intervenção do Estado”, diz.
Apelando a uma “reforma fiscal séria e ponderada”, a AEMinho refere que as empresas “não pedem a diminuição dos impostos sobre os lucros”.
O que os empresários pretendem é pedem uma diminuição dos impostos sobre os factores produtivos, os recursos necessários para que “o sistema produtivo funcione e seja eficiente”.
Pedem também um alívio da carga fiscal sobre “o recurso mais valioso que temos: os nossos recursos humanos”.
“Os impostos sobre o trabalho em Portugal tornam a tarefa de elevar o nível de remunerações hercúlea. As empresas gastam imenso para que os trabalhadores recebam pouco, por vezes menos de metade do valor que de facto custam”, lê-se no comunicado.
“Esta ideia de engrossar a máquina do Estado que não gera riqueza à custa do aumento de impostos e do aproveitamento fiscal das vicissitudes da conjuntura internacional que vivemos é não só errada do ponto de vista estratégico, como também cria uma entropia no desenvolvimento das empresas, cujos custos e consequências serão muito relevantes e com influência directa da vida de todos os portugueses”, avisa.
Nesse sentido, a AEMinho termina adiantando que solicitará ao novo Governo, assim que o mesmo seja nomeado e empossado, uma reunião de trabalho na qual pretende “não só demonstrar o nosso descontentamento e evidenciar a gravidade da situação, como também sugerir alternativas para que aqui se encontre um caminho e uma resposta às necessidades e preocupações dos empresários”.