O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, vai ser ouvido por vídeo-conferência no Parlamento português, numa decisão que foi esta quarta-feira aprovada em conferência de líderes parlamentares, com o voto contra do PCP.
O requerimento foi apresentado pelo PAN, com vista à organização de «uma sessão solene de boas-vindas» ao Presidente da Ucrânia, com a participação à distância de Zelensky, em reunião plenária.
No documento, assinado pela deputada e porta-voz do partido PAN, Inês Sousa Real, o partido salienta «a bravura e heroicidade da resistência levada a cabo pelo povo ucraniano» e defende que, atendendo àquela que tem sido a evolução desta guerra, «a solidariedade para com o povo ucraniano e a luta por uma Ucrânia soberana, independente, livre e europeia exigem gestos diplomáticos mais simbólicos da parte de todos os países empenhados em tais desígnios».
Visão diferente tem o PCP, para quem a audição do Presidente ucraniano contraria o papel do Parlamento de «defesa da paz».
«A Assembleia da República, enquanto órgão de soberania, não deve ter um papel para contribuir para a confrontação, para o conflito, para a corrida aos armamentos. O seu papel deve ser exactamente o oposto. O papel da Assembleia da República deve ser um papel em defesa da paz», sustentou a líder parlamentar comunista, Paula Santos, em declarações nos Passos Perdidos, no Parlamento.