PAÍS

PAÍS -

25 frases do dia dos 48 anos da ‘Revolução dos Cravos’

As frases que marcaram as comemorações do 48.º aniversário do 25 de Abril de 1974 esta segunda-feira na Assembleia da República.

Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República

“Pense-se o que se pensar sobre o que foram antes e depois desse gesto, ele foi único, singular e decisivo. Sem ele não haveria hoje uma Assembleia da República livre com vozes livres. Não há como esquecê-lo na escrita ou na reescrita da História”.

“Por que razão neste 25 de Abril falo das nossas Forças Armadas na democracia que temos de recriar jornada após jornada? Porque sem as Forças Armadas, e Forças Armadas fortes unidas e motivadas, a nossa paz, a nossa segurança, a nossa liberdade, a nossa democracia, sonhos de 25 de Abril, ficarão mais fracas”.

“Porque reconhecer como são importantes as Forças Armadas na nossa vida como Pátria exige mais do que recordarmos por palavras essa sua importância. Porque se queremos Forças Armadas fortes, unidas, motivadas temos de querer que tenham condições para serem ainda mais fortes, unidas e motivadas”.

“Se não quisermos criar essas condições, não nos poderemos queixar de um dia descubramos que estamos a exigir missões difíceis de cumprir por falta de recursos, porque, se o não fizermos a tempo, outros o exigirão por nós, e depois não nos queixemos de frustrações, desilusões, contestações ou afastamentos”.

“Juntar ao reconhecimento pelas qualidades excepcionais que cá dentro e lá fora é unânime quanto às nossas Forças Armadas mais meios imprescindíveis para poderem sê-lo também mais e melhor. E fazer isto não é ser-se de direita ou de esquerda, conservador ou progressista, moderado ou radical, é ser-se pura e simplesmente patriota, em liberdade e democracia”.

“E fazer isto não é só tarefa de um Presidente, de um parlamento, de um Governo. Requer um consenso nacional continuado e efectivo acerca das Forças Armadas como pilar crucial da nossa vida colectiva”.

Augusto Santos Silva, presidente da Assembleia da República

“Graças à revolução libertadora do 25 de Abril e ao modo como fomos desde então construindo uma democracia pluralista que a todos procura integrar, sem admitir fracturas de base religiosa, territorial ou identitária, não tem cessado de crescer o reconhecimento internacional da capacidade portuguesa de comunicar com todos, de fazer pontes entre realidades distintas e de ser uma nação europeia aberta ao mundo”.

“Em tempos de fechamento e ódio, a abertura aos outros de um país como Portugal, onde vivem actualmente cidadãos de quase todas as nacionalidades sem que isso constitua qualquer problema, onde qualquer confissão religiosa é bem-vinda e que se sente tão à vontade a lidar com os seus parceiros europeus como na relação com África, as Américas e as várias regiões da Ásia, essa abertura é um bem precioso que se deve acarinhar”.

“Muito se deve às instituições e agentes políticos do regime democrático. Mas vai mais fundo, pois tem raízes na experiência multissecular dos portugueses e, em particular, na vivência da emigração”.

Pedro Delgado Alves, deputado do PS

“Honrar Abril é, também, não esquecer que as contradições e tensões que então se enfrentaram e arriscaram fracturar o país durante o processo revolucionário foram superadas pelos decisores de então, ninguém excluindo, todos conquistando para a Democracia, sarando as feridas e privilegiando aquilo que nos une e que a todos orgulha. Não erremos hoje, fora de tempo, onde Soares, Sá Carneiro, Freitas do Amaral, Melo Antunes e Ramalho Eanes não falharam”.

“Uma menina que nasça em Abril de 2022, não se confrontará com um regime que lhe diz que não pode ser juíza ou diplomata, que a sujeita ao marido como chefe de família, que não a protege da violência e que lhe determina um papel social do qual não poderá escapar; uma menina que nasça em Abril de 2022, não terá de desafiar uma taxa de mortalidade infantil que envergonha o seu país, e poderá encarar o futuro com uma esperança de vida de 81 anos, sabendo que terá o SNS do seu lado para enfrentar o que surgir pela frente”.

Rui Rio, presidente do PSD

“A solução está em nós próprios. A solução está em enfrentar a realidade sem cobardia nem hipocrisia. Está em reformar, ou diria melhor, em romper com o que há muito está enquistado e ao serviço de interesses sectoriais ou de grupo”.

“Se é justo responsabilizar a política porque ela não tem tido a coragem de fazer as reformas estruturais que o desenvolvimento do país reclama, a verdade é que a maioria do eleitorado também valoriza muito mais a promessa fácil da benesse imediata do que a realização das reformas que preparam o seu futuro”.

André Ventura, presidente do Chega

“Senhor Presidente da República, não condecore aqueles que torturam, mataram e expropriam em Portugal”.

“Hoje devíamos olhar para os portugueses e dizer desculpem porque falhámos. Falhámos na justiça que construímos, falhámos no império que se dissolveu e que deixou outros países à sua mercê e famílias à sua sorte, nos jovens que querem emigrar como nunca no país que lhes tinha prometido ser o país da prosperidade, falhámos aos pensionistas e reformados que têm hoje o pior poder de compra da União Europeia”.

“Quem cometeu actos terroristas, quem patrocinou e promoveu nacionalizações e expropriações não pode ser um herói, tem de ser considerado aquilo que é, um bandido”.

Bernardo Blanco, deputado da IL

“Falta a Portugal o inconformismo de Abril para romper a estagnação”. Abril confiou-nos esta difícil missão: a de continuar a querer saber – da política, de Portugal, da Europa e do Mundo. A de continuar a querer saber do futuro”.

“Este ano, em que os 48 anos do 25 de Abril superam os 48 anos de ditadura, não é dia para acabar com ‘o estado’ a que chegámos, relembrando Salgueiro Maia, mas é dia de reflectir e de mudar sobre o estado a que chegámos”.

Paula Santos, líder parlamentar do PCP

“A tentativa de imposição do pensamento único, o levantamento de novas censuras, a hostilização de quem livremente emite uma opinião divergente daquela que é ditada pela ideologia dominante são perigosos elementos d ataque ao regime democrático, e, por isso, têm como alvo os seus mais firmes defensores, os comunistas e outros democratas, visando silenciar a sua intervenção”.

“O descarado aproveitamento da guerra e das sanções como pretexto para maior acumulação de lucros exige uma firme e determinada intervenção que enfrente os interesses dos grupos económicos para defender o povo e o país. No entanto, o Governo PS e os partidos à sua direita recusam essa resposta e insistem em impor aos trabalhadores e ao povo que paguem a factura da guerra e das sanções”.

José Soeiro, deputado do BE

“É tempo de ouvir todas as pessoas que não estão no retrato emoldurado dos notáveis, que não têm nem terão medalhas nem ruas com o seu nome. Que estão no avesso dos lugares, mas sem os quais não existiriam lugares”.

“Estamos em 2022 e nós não estamos satisfeitos, não olhamos a democracia como u protocolo sem conteúdo de igualdade”.

“Nós celebramos termos agora mais tempo de democracia do que de ditadura. Fazemos a festa na rua. Mas nós não queremos ter só mais tempo de democracia, nós queremos ter mais democracia”.

Inês de Sousa Real, porta-voz do PAN

“Abril ainda não tem rosto de mulher quando os crimes sexuais não têm um prazo de prescrição capaz de respeitar as emoções e o tempo da vítima ou quando a sua consequência são apenas multas ou penas suspensas”.

“O mesmo país que tem as mãos largas para financiar os prejuízos da banca e nada faz para impedir a perda de muitos milhares de milhões de euros para os paraísos fiscais ou para a corrupção”

Rui Tavares, deputado do LIVRE

“Não é por acaso que logo que lhes foi possível, a primeira coisa que milhões de pais e mães do nosso país fizeram foi pôr os filhos e as filhas a estudar até onde eles e elas quisessem. Ainda hoje façam a experiência, agora que eles já são avós e avôs e até bisavós, perguntem-lhes o que lhes dá mais orgulho e ouvirão: a neta que acabou o mestrado e quer fazer o doutoramento, o neto que está a fazer Erasmus”.

“Dos três D da Democracia, Desenvolvimento e Descolonização pensa-se por vezes que este o último foi o mais imediato a ser cumprido. Mas se pensarmos que o abandono das estruturas coloniais significa tratar toda a gente com o mesmo respeito e dignidade e encontrar um novo lugar na Europa e no mundo, logo perceberemos que, como os outros dois D, se trata de uma tarefa longa a ser cumprida”.

 

Com MadreMedia e TSF

FOTO: Rodrigo Cabrita

Partilhe este artigo no Facebook
Twitter
OUTRAS NOTÍCIAS

PUBLICIDADE