Artigo de Sandra Monteiro, Membro Cooptado da CPCJ de Vila Verde
Após terminado o 9º ano, chega a altura da tomada de uma difícil decisão, a primeira de muitas que influenciará o processo de construção do projeto de vida dos nossos jovens – a escolha do seu percurso educativo/ formativo após o 9º ano.
É claro que esta decisão não é determinante ou definitiva, o jovem pode sempre corrigir o seu percurso e voltar atrás, mas é importante que se perceba que uma vez tomada, poderá condicionar as decisões posteriores.
A pressão das expectativas sociais, do grupo de pares, do percurso escolar e a ansiedade dos pais vão pesar na decisão e poderão trazer inclusive alguma angústia a quem tem de escolher um futuro profissional. Embora as escolas tenham técnicos de orientação vocacional preparados para acompanhar os alunos, cabe também aos pais estarem atentos e apoiarem os seus filhos neste processo, para que não façam uma ”escolha ao acaso”.
É fundamental que se trabalhe para a construção de projetos de vida realistas. É importante ter sempre presente que as capacidades e gostos devam caminhar a par e passo com o delinear gradual dos projetos profissionais.
Os pais devem conversar com os seus filhos e tentar perceber quais são os seus interesses e motivações. Ajudá-los a refletir como se veem no futuro, não esquecendo de ponderar alguns aspetos como a empregabilidade futura e a progressão escolar.
O primeiro passo é perceber quais são as várias opções disponíveis, conhecerem as ofertas formativas das escolas e de todos os tipos de cursos que existem. É importante relacionar o curso com o mundo do trabalho e as profissões associadas para que possam escolher conscientemente e projetar-se no futuro.
A internet poderá ser um grande auxiliar nesta etapa, desde que o jovem seja devidamente orientado. Aqui poderão verificar que para além dos cursos científico-humanísticos, que estão vocacionados para o prosseguimento de estudos de nível superior, também existem os cursos profissionais, que conferem o nível 4 do Quadro Nacional de Qualificações, possibilitando ingressar no mercado de trabalho ou prosseguir estudos, através da frequência e conclusão de um curso de especialização tecnológica ou de um curso técnico superior profissional ou diretamente para uma licenciatura.
Se de alguma forma o jovem continuar confuso ou não seja capaz de fazer as suas escolhas com suficiente segurança e tranquilidade emocional, será importante procurar uma intervenção psicológica vocacional adicional. Existem atualmente inúmeras clínicas de psicologia educacional e psicoterapia, dotadas com profissionais que ajudam os jovens a identificar os seus próprios interesses, capacidades e aptidões, e a sentirem-se mais seguros nas suas escolhas.