Está prestes a tomar forma a primeira fase do parque ecomonumental das Sete Fontes, que será, em breve, usufruído pelos bracarenses e que se traduz numa mistura entre zona verde, património histórico e construção de baixa ou média densidade.
Nesse sentido, vai a discussão, segunda-feira, na reunião da Câmara de Braga, a criação da Unidade de Execução n.º 6 (UE6), prevista no Plano de Urbanização para a zona. Ao todo, o Parque terá 90 hectares de área, com 60 totalmente verdes e sem construções.
Nele está incluído o sistema oitocentista de abastecimento de água à cidade, conhecido, precisamente por “Sete Fontes” e que integra as “mães de água” (uma espécie de casamatas onde ela era colhida ou circulava) e as canalizações. O sistema ainda hoje abastece fontes e algumas habitações na urbe.
USUFRUTO ESTE ANO
A iniciativa foi apresentada esta quarta-feira no Município, pelo seu presidente, Ricardo Rio, pelo vereador do pelouro do Planeamento e Ordenamento do Território, João Rodrigues, e por Miguel Mesquita, o engenheiro do projecto.
“Os bracarenses podem usufruir já este ano do parque”, disse o autarca bracarense.
E acrescentou: “O Plano de Urbanização é estratégico e irreversível. O executivo municipal tem cumprido com as várias etapas para viabilizar o caminho que leva a que o Parque Ecomonumental venha a ser uma realidade. Quero também notar que a Câmara Municipal tem tido uma postura de total diálogo com os proprietários das Sete Fontes, procurando assegurar o equilíbrio entre todas as partes envolvidas”.
Esta fase – adiantou, a seguir, o vereador – corresponde a uma área de 54.215 m2, dos quais 43.282 m2 serão de zona verde e florestal (solo para uso cultural) e os restantes sete mil m2 serão para construção (espaços habitacionais) e espaço público pedonal. Há, ainda, cerca de quatro mil m2, que serão cedidos pelos promotores imobiliários para espaços públicos, como é de costume e de lei.
A zona a criar fica à entrada sul das Sete Fontes, em São Vítor, junto ao colégio com o mesmo nome, e deverá estar operacional no início do Outono. “Haverá um período de discussão pública durante dez dias, as reclamações e sugestões serão analisadas e, a seguir, começa a operação de execução que inclui uma ligação viária à via existente a norte”, adiantou.
LOTEAMENTO
Na parcela urbanizável, o loteamento está a cargo do proprietário, a empresa Aliança Azul, que tem como um dos sócios o empresário José Veloso de Azevedo, assumindo este a execução da totalidade das obras de urbanização.
A capacidade construtiva é atribuída no Plano de Urbanização aos proprietários, no sistema de perequação, ou seja, aqueles desistem de construir em áreas verdes e, em contrapartida, esse direito já adquirido, passa para outras áreas, nas bordas do Parque.
O Parque terá duas entradas: esta, em São Vítor, e outra, a criar, de ligação a Gualtar, com capacidade construtiva de prédios de dois e três andares e que, na zona norte, perto da Igreja de Gualtar, pode chegar aos quatro pisos.