Foi encontrado morto esta quinta-feira no local onde pernoitava, nas imediações do Pingo Doce de Santa Tecla, Benjamim Silva, o sem-abrigo que Braga conhecia por “Poeta”, alcunha que conquistou graças ao jeito filosófico e bem informado com que falava de todo e qualquer assunto.
Natural da Póvoa de Lanhoso, o “Poeta”, de 48 anos, dos quais cerca de 20 a viver na rua, regressara ao seu abrigo, sempre limpo e bem decorado, há dois dias, depois de outros seis internado no Hospital de Braga, devido, segundo contava, à Covid-19. Deixa uma filha.
Entrevistado pelo PressMinho, em Maio de 2020, no âmbito de uma reportagem sobre a Covid-19 e os sem-abrigo, dizia, fazendo jus à alcunha de “Poeta”, atribuída pelos moradores daquela zona: “Quem vive na rua também se sente cercado. No meu pensar, quem se sente cercado, acaba isolado, acaba por sentir discriminado, e quem é discriminado fica com raiva e pode perder a cabeça, isso é muito mau”.