A onda de calor que está a ‘varrer’ a Europa afecta não só a terra mas também a água – não só por causa dos mais de 40 graus Celsius que ocorreram em diversos pontos do Velho Continente mas também as altas temperaturas que se registaram no mar.
O Mar Mediterrâneo tem registado, nas últimas semanas, temperaturas na água até 6,2 graus Celsius acima do normal. Algo que não é nada comum, pois a água tem quatro vezes a capacidade calorífica do ar, ou seja, não aquece ao mesmo nível do ar. Um fenómeno conhecido como ‘onda de calor marinha’, que pode ter consequências devastadoras para os próximos meses.
O meterologista Mario Picazo, segundo os espanhóis da ‘Cadena Ser’, deixou o alerta nas redes sociais que o facto de a temperatura do Mediterrâneo ultrapassar os 30 graus Celsius vai transformá-lo numa verdadeira fábrica de vapor e água.
E o que significa? Que durante os próximos tempos vai enfrentar-se um calor extremo e abafado por causa desse vapor e que, tendo em vista o início do Outono, prevê-se um aumento significativo das chuvas, o que poderá provocar inundações em grande parte da Europa e um forte impacto sobre as espécies marinhas. Mas, para isso acontecer, há uma série de factores a ter em conta.
Segundo a Associação Meteorológica do Sudeste (Ametse), em Espanha, a temperatura extrema da água não é suficiente para gerar essas chuvas torrenciais. A par deste factor, sem dúvida importante para que este cenário se produza, devem ser tidos em conta o frio em altitude ou o vento leste.
No entanto, esse calor é um factor diferencial que, no Outono, pode levar a chuvas torrenciais e consequentes inundações.
Existem quatro tipos de ‘ondas de calor marinhas’? Enquanto o grau 1 descreve eventos moderados, o grau 2 refere-se a ondas de calor marinhas severas. A categoria 3 é considerada um evento grave e a quarta e última categoria descreve um evento extremo. Durante estas últimas décadas, ocorreram quatro ondas de calor marinhas no Mediterrâneo. Enquanto o primeiro, considerado grau 1, ocorreu em 1999, os três seguintes, ocorridos entre 2003 e 2006, pertenciam à categoria 2.
Nos últimos 20 anos, foi registada uma onda de calor marinha de grau 4 globalmente: o evento aconteceu na Austrália Ocidental durante 2011, quando o país teve de enfrentar uma situação que durou 66 dias. Desde então, surgiram outros da categoria 3 em diferentes cantos do planeta, como os identificados no Atlântico Nordeste em 2012, no Pacífico Nordeste em 2015 e em Santa Bárbara no mesmo ano.
Com Multinews