O presidente da UEFA, Aleksander Ceferin, vê a candidatura conjunta de Portugal e Espanha à organização do Mundial de 2030 de futebol como «uma licitação vencedora» e prometeu que o organismo fará tudo o que puder para a ajudar.
«Vejo isto como uma licitação vencedora. Faremos o que pudermos para ajudar nessa candidatura. Está na hora de a Europa ser anfitriã do Mundial. Os dois países cheiram a futebol. Temos alguns planos para ajudar e já falámos com o Fernando Gomes e com o Luís Rubiales. Tenho a certeza de que teremos o Mundial em Espanha e Portugal em 2030», afirmou, na sua intervenção no fórum “Football Talks”.
Neste fórum organizado pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF), o dirigente da UEFA abordou a densidade do calendário das competições futebolísticas, ao considerar que «está perto do limite» e que será preciso encontrar um equilíbrio para ajudar os clubes.
«Os clubes têm de permanecer sustentáveis e, para isso, têm de ter um certo número de jogos. Os que se queixam são os clubes grandes, que jogam mais do que os outros, mas têm 25 jogadores de topo. Devíamos pensar muito seriamente sobre o número de jogos», frisou o líder do organismo que rege o futebol na Europa, no cargo desde 2016.
Sobre a possível criação de uma Superliga Europeia, que foi alvo de polémica, com a UEFA a opor-se totalmente, Ceferin deu o exemplo dos moldavos do Sheriff, que, na última edição da Liga dos Campeões, derrotaram o Real Madrid em pleno Bernabéu.
«As pessoas que pensam que apenas as elites deviam jogar futebol, não pensam que até eles ficariam muito pior. O que muitos não sabem é que a UEFA dá retorno de 95% das receitas aos clubes. Insisto que o sonho se mantenha vivo para todos», sublinhou.
Por fim, o actual formato do Campeonato da Europa, com 24 seleções, «não é o formato ideal», apontou Ceferin, que realçou, contudo, as dificuldades em alterar a prova continental, enquanto frisou o seu contentamento com a «muito bem-sucedida» Liga das Nações.
«Se calhar, 32 seleções seria melhor, mas não sei se podemos mudar isso. Se os dois primeiros classificados se apurassem directamente, as rondas de qualificação perdiam valor e a competição não seria tão apelativa como devia ser», mencionou o líder máximo do futebol europeu.
«Estamos a trabalhar nisso com as federações e vamos ver o que o tempo traz. Se quisermos alterar assim uma competição, nunca haverá mais jogos, devido à densidade do calendário», concluiu.