O Largo Antunes Lima, na Vila de Prado, viveu, nesta manhã de sábado, uma cerimónia emocionada com a inauguração do monumento de homenagem aos combatentes do Ultramar.
A obra, visível agora no centro da vila, é da autoria do artista vilaverdense Maciel Cardeira e visa prestar tributo a todos os que se viram forçados a combater na guerra colonial.
Na sessão que começou abrilhantada pela voz de Sara Pereira, da Escola de Música de Vila de Prado, Albano Bastos, presidente da Junta de Freguesia, vincou que «hoje se salda mais uma dívida com os combatentes do Ultramar».
«Este monumento ficará como a memória de uma geração de homens, que durante 13 anos foi chamada a combater por Portugal, colocando a sua vida ao serviço da Pátria», referiu, recordando «as dezenas de rapazes» que partiram de Vila de Prado para a guerra, tendo muitos deles «escassos vinte anos de idade».
Albano Bastos apontou que a «memória dos que já partiram» fica gravada no «íntimo» deste monumento inaugurado e revelou que nele constarão, no futuro, todos os nomes dos pradenses chamados para a guerra.
«Todos são merecedores do nosso respeito e do nosso reconhecimento, pelo sofrimento no corpo e na alma, causado pelo que passaram pela defesa de Portugal. Este monumento não visa homenagear a guerra ou o regime político que aí vigorava, mas é antes um tributo aos filhos arrancados forçosamente dos seus lares, que deixaram pais ou esposas na expectativa do seu regresso», destacou o presidente da freguesia vilaverdense.
O BEM INESTIMÁVEL DA PAZ
Após a bênção do monumento por parte do pároco João Correia, a presidente da Câmara Municipal de Vila Verde, Júlia Fernandes, realçou que esta inauguração é «muito mais do que um acto simbólico», pois se trata de «reconhecer a coragem e o espírito de sacrifício» de todos os que foram chamados para «garantir a segurança de milhares de portugueses que viviam nas colónias».
«O nosso concelho passa assim a ter um digno monumento ao combatente no Ultramar, para recordar e reconhecer o mérito aos filhos da terra que se viram forçados a combater por uma causa que não era a sua, num meio desconhecido, inóspito e adverso», explicou a edil vilaverdense.
Na sua intervenção, a autarca lembrou que «de uma guerra, todos saem a perder» e que, por isso, o momento serve também como «oportunidade para todos lembrarem o bem inestimável que a paz representa».
«Porque somos um povo com memória, lembramos e valorizamos aquilo que nos foi legado e neste memorial, todos são, e serão sempre, saudosamente recordados, evocados e reconhecidos pelos seus grandes prestes e méritos», explicou Júlia Fernandes, que encerrou a sua comunicação pedindo um minuto de silêncio por todos os combatentes que já partiram.
A cerimónia encerrou ao som do hino nacional, num momento cantado e vivenciado por toda a população presente, que viveu uma manhã de sábado dedicada à memória e à homenagem.