Um militar da GNR de Fafe foi esta quinta-feira condenado, no Tribunal de Guimarães, a 13 anos de prisão pela prática de crimes de burla, cujas vítimas eram essencialmente idosos, num esquema que terá ascendido aos 400 mil euros e que envolvia também a mulher e os pais do guarda.
O arguido fica ainda proibido de exercer funções na GNR durante cinco anos.
O pai do militar foi condenado a 10 anos de prisão efectiva e a mãe vai cumprir cinco anos de pena suspensa.
À mulher do GNR, que foi candidata a juíza, o tribunal aplicou uma pena suspensa de quatro anos e meio, por branqueamento de capitais, tendo no entanto absolvido a arguida das acusações de burla.
Segundo a acusação do Ministério Público, o esquema passou por o pai do GNR, “muito conhecido, considerado e com boa reputação” no local onde residia, Mondim de Basto, no distrito de Vila Real, em conjunto com a mulher, “pedir dinheiro emprestado a pessoas que nele confiavam, geralmente pessoas de idade, enganando-as com uma simulada situação de urgência e aflição”.
O pai do GNR alegaria uma falsa prisão iminente do seu filho, decorrente de problemas com a justiça e/ou com uma também falsa possível expulsão daquela força policial.
“No contexto da alegação, o dinheiro seria necessário para acudir a pagamentos devidos em tribunal, para evitar os referidos desfechos”, acrescenta.
Segundo o MP, num caso provado e confirmado em tribunal, os arguidos conseguiram que “29 ofendidos, nalguns casos marido e mulher, lhes entregassem, de 2016 a 2019, o montante global de 406.999 euros”.
O MP diz que “parte substancial” deste montante financiou um “elevado” nível de vida económico do militar da GNR e da mulher.