A Universidade do Minho (UMinho) apresenta ao público esta quarta-feira, pelas 18h00, no Arquivo Distrital de Braga, o espólio doado por Victor de Sá (1921-2004), precursor da moderna historiografia portuguesa e defensor da democracia.
A sessão conta com intervenções da vice-reitora para a Cultura e Sociedade da UMinho, Joana Aguiar e Silva, do director do Arquivo Distrital de Braga, António Sousa, e do antigo director da Biblioteca Pública de Braga, Henrique Barreto Nunes e de Ana Sandra Meneses, técnica superior do Arquivo Distrital de Braga.
A exposição no Arquivo Distrital de Braga (rua do Abade da Loureira) fica patente até 16 de Dezembro, sendo a entrada livre.
Victor de Sá doou o seu acervo biblioteconómico e arquivístico à Biblioteca Pública de Braga, tendo há cerca de um ano sido transferida a documentação do seu arquivo para o Arquivo Distrital de Braga, também uma unidade cultural da UMinho. É esta documentação que é agora apresentada, disponibilizando-se ao público a sua descrição arquivística e o acesso à consulta dos documentos. O início da disponibilização de reproduções digitais de parte dos documentos está previsto a breve prazo.
O espólio arquivístico atravessa a vida do homenageado, evidenciando a sua actividade de historiador e de intervenção cultural, social e política. Sobressaem os seus inúmeros apontamentos e notas e a vasta correspondência trocada com as figuras das várias épocas e atividades em que esteve presente.
A mostra insere-se nas celebrações do centenário do nascimento de Victor de Sá, que também cedeu à UMinho uma verba para criar um Prémio de História Contemporânea, o qual soma 31 edições anuais e é o mais prestigiado do país para jovens investigadores da área.
Victor de Sá destacou-se desde cedo em termos cívicos e foi preso oito vezes pela PIDE. Presidiu a associação de estudantes do Liceu de Braga, o Sindicato dos Caixeiros e criou a Livraria Victor – Centro Cultural do Minho e a Biblioteca Móvel (antes da Gulbenkian). Licenciou-se em Coimbra e doutorou-se na Sorbonne (Paris), mas só pôde leccionar após o 25 de Abril, nomeadamente na Faculdade de Letras da Universidade do Porto e na Universidade do Minho.
Dirigiu ainda o jornal “Correio do Minho” e presidiu à Comissão de Cultura e Ambiente da Assembleia da República, sendo o primeiro deputado eleito pelo PCP pelo círculo de Braga.
Em 1990, foi condecorado com a Comenda da Ordem da Liberdade.