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Assembleia Municipal aprova orçamento com críticas da oposição

A Assembleia Municipal de Vila Verde aprovou esta sexta-feira, por maioria, o orçamento e as Grandes Opções do Plano para 2023, cujos documentos têm um valor global de cerca de 44,5 milhões de euros.

A proposta teve os votos favoráveis da bancada do PSD e da esmagadora maioria dos presidentes de Junta, a que se juntaram cinco abstenções, do Chega, do CDS-PP e do presidente da Junta de Oleiros.

Os oito representantes do PS, o único eleito do Bloco de Esquerda e o presidente da Junta de Atiães votaram contra.

Nas intervenções, a presidente da Câmara, Júlia Fernandes, disse que se trata de um orçamento “centrado nas pessoas”, adaptado às “dificuldades actuais”, procurando fazer de Vila Verde um “concelho mais inclusivo, competitivo e solidário”.

Sublinhando que as funções sociais “absorvem grande parte do orçamento”, a autarca disse que o abastecimento de água, o saneamento básico e a rede viária serão áreas prioritárias, por se tratarem de “infra-estruturas essenciais” que carecem de investimento.

“Apresentamos um documento rigoroso, ambicioso, equilibrado e que tem a grande preocupação de colocar as pessoas no centro da nossa actividade”, resumiu.

Com “máxima exigência e rigor na gestão pública”, o Município coloca como prioridade a execução de “projectos estruturantes no reforço da qualidade de vida e do bem-estar das populações” através de uma política “virada para as pessoas, para as necessidades das famílias, com discriminação positiva dos mais frágeis e desprotegidos, das crianças e dos jovens”.

VISÕES DIFERENTES

O presidente da Junta de Atiães, Samuel Estrada, deixou muitas críticas à política do executivo, que acusou de “discriminar” a sua freguesia, que tem um “enorme défice de infra-estruturas” e que “precisa urgentemente” de investimento.

“O que vemos é de facto um orçamento que se revela generoso, fausto até, mas apenas nalguns casos, que são sempre os mesmos. Onde está a justiça e a distribuição equitativa do dinheiro? Temos uma espécie de filhos de Deus, filhos de um Deus menor e um filho ilegítimo, que é Atiães”, atirou.

Estrada disse que se trata de um “orçamento de vira o disco e toca o mesmo” e considerou que as freguesias, na globalidade, necessitam de mais investimento da parte da Câmara Municipal.

“No somatório de todas as festas gasta-se quase tanto como nas transferências de competências para as freguesias, o que diz muito das opções que fazemos. Gasta-se mais na gala Namorar Portugal num ano do que nos últimos 15 anos em Atiães”, vincou.

Essa foi, de resto, uma tónica também realçada pelo líder do PS, Filipe Silva, para quem o orçamento apresenta previsões “optimistas” para a receita e para a despesa mas que poderão não se concretizar na prática.

“Era importante que o orçamento respeitasse mais os presidentes de Junta, reforçando a autonomia das Juntas de Freguesia, o que permitira resolver de forma mais rápida e eficaz os problemas. Temos associações e instituições que recebem mais do que as Juntas”, apontou.

O representante socialista sublinhou que o orçamento deve ser construído com base num “trabalho forte” de planificação e com os contributos dos vários agentes do território, criticando o facto de os membros da Assembleia Municipal não terem sido chamados a apresentar sugestões.

Tal como já anunciara publicamente, o eleito do Bloco de Esquerda, Ricardo Cerqueira, também votou contra, por um lado por considerar que o orçamento não responde às “reais necessidades” da população e, por outro, precisamente por “não ter sido respeitado o direito de oposição”.

“No discurso há algumas preocupações sociais, mas depois percebemos que na prática não é bem assim. As pessoas estão em dificuldades perante a inflação e o orçamento tem obrigação de dar respostas rápidas e sem burocracias”, afirmou.

O PSD votou a favor, com Susana Silva a considerar que este é um orçamento que, “sem comprometer o equilíbrio financeiro”, está “centrado nas pessoas, com uma política de proximidade com os vilaverdenses que pode contribuir para um futuro melhor”.

Desenvolvimentos na edição impressa de Dezembro.

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