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Advogados de defesa dizem que roubo e sequestro de homem que foi comprar droga em Santa Tecla “é pura invenção”

A defesa dos dois homens que estão a ser julgados no Tribunal de Braga por roubo, sequestro e posse ilegal de arma, tentam provar em audiência que foi a vítima que inventou ter sido sequestrado.

Até ao momento, nas duas primeiras sessões, nenhum dos dois arguidos prestou declarações perante os juízes, mas o mesmo não fez a vítima, que confirmou o teor da acusação do Ministério Público, relatando a forma como foi sequestrado e roubado.

Embora nenhum dos defensores dos arguidos, os advogados Francisco Peixoto e Pedro Carvalho, se pronunciem sobre o caso, a verdade é que tentam, através das perguntas que colocam às testemunhas, demonstrar que a vítima terá inventado a história do sequestro, para “esconder que era consumidor habitual de drogas” e que, por isso, permanecia no local de compra durante algum tempo.

Na última sessão, estava agendada a presença de uma testemunha tida como relevante para a acusação, mas esta não compareceu. Por isso, o colectivo de juízes pediu à PSP que o detenha e o conduza à próxima sessão, em Janeiro, o que não se afigura fácil, dado que, embora seja de Santa Tecla, vive na rua.

SEQUESTRADO

Conforme “O Vilaverdense” tem noticiado, a acusação diz que a vítima foi comprar droga para fumar um “charro” a um apartamento do Bairro Social de Santa Tecla e acabou roubado e sequestrado pelos dois arguidos.

O caso ocorreu em Haneiro de 2020. O consumidor pediu a um amigo que lhe indicasse um sítio para adquirir haxixe. Foi ao rés-do-chão do bloco 3 do bairro e entrou. Feita a transacção, ao prontificar-se para pagar, exibiu um maço de notas, 700 euros ao todo.

Aí, diz a acusação do Ministério Público, um dos arguidos pegou numa caçadeira com dois canos e apontou-lha, dizendo “estou a ficar tolo!”. Ao que o ameaçado respondeu: “Tira isso, irmão!”, pedido que não surtiu efeito, já que os dois lhe exigiram a entrega do dinheiro, ao que acedeu por temer pela vida.

De seguida, tiraram-lhe a carteira e um cartão multibanco, obrigando-o a revelar o “pin” de acesso. O outro arguido foi, então, a uma caixa bancária, numa gasolineira da zona,  levantou 100 euros e ainda tentou retirar mais 20, mas a conta não teve saldo. Entrou, depois, na loja de conveniência e fez compras de 7, 35 euros.

A vítima ficou sequestrada no apartamento, sob ameaça de um martelo e de uma faca. A dupla ainda tentou sacar-lhe um outro cartão multibanco, mas este também não tinha saldo. Mais de 24 horas depois, pelas 04h00 da madrugada do dia seguinte, conseguiu fugir, por ter concluído que os dois estavam distraídos noutra sala.

Seguiu-se uma rusga da PSP que, além da caçadeira, apreendeu uma pistola modificada. Daí que um dos arguidos esteja, também, acusado de posse ilegal de armas.

Ambos ficaram presos preventivamente, um em Braga e outro em Leiria. A investigação foi da PJ/Braga.

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