Os comerciantes que operam às quintas e sábados na chamada “feira da venda ambulante”, na Alameda do Estádio, em Braga, anunciaram que vão entregar uma providência cautelar para exigir que a feira volte para as imediações do Mercado Municipal, mas 40 deles já se inscreveram para trabalhar no sopé do Picoto.
Contactada pelo OVilaverdense, a vereadora Olga Pereira adiantou que, atendendo à adesão já verificada, espera que a medida cautelar não entre no Tribunal Administrativo e Fiscal de Braga: «a localização de uma dada feira é uma decisão política da Câmara que nada tem de administrativo», sublinhou.
Na segunda-feira, em reunião do Executivo camarário, o vereador socialista Artur Feio abordou o assunto, dizendo que os feirantes se recusavam a ir para o novo local, e que exigiam voltar ao sítio onde estavam antes da pandemia, as cercanias do Mercado.
Esta tese foi, a seguir, confirmada pelo advogado Francisco Peixoto que anunciou a intenção de meter uma providência cautelar no Tribunal Administrativo para tentar impedir a deslocação do local da feira. Disse, ainda, que os comerciantes têm uma carta que lhes foi enviada pelo presidente da Câmara, Ricardo Rio, prometendo que voltaria para a zona do Mercado.
A este propósito, a vereadora adianta que o Município contestará a ação e reafirma que a mudança de local é uma atribuição política do Executivo.
«Havia reclamações por causa da feira junto ao Estádio, por falta de acessos e de casas de banho, mas no sopé do Picoto, o local foi requalificado e tem estas condições, além de bons transportes públicos», acentuou, sublinhando que a Alameda vai ser requalificada pelo Sporting Clube de Braga.
A posição da Autarquia é apoiada pela direção do Lar Conde Agrolongo, cujo presidente Cerqueira Alves diz estar «solidário» com a decisão: «É uma questão humanitária. Temos aqui cerca de 200 utentes que eram incomodados com a feira a decorrer à nossa porta e o próprio Lar via os acessos das traseiras cortados, e saliente-se que por ali entram muitos idosos com dificuldades de locomoção, bem como ambulâncias, medicamentos e bens alimentares», adiantou.
Acrescentou, também, que «quando as feiras se realizavam na rua que encosta ao Lar, o clima era mau e até agressões havia».
Até 2020, a feira realizou-se nas imediações do Mercado Municipal, mas, com o aparecimento da pandemia de covid-19, foi transferida «provisoriamente» para a alameda do estádio municipal, por razões sanitárias.
Agora, a Câmara comunicou aos feirantes a decisão de mudar de local, a partir de 5 de fevereiro.